O stone fleumático

Charlie Watts

Charlie Watts, o rolling stone fleumático, teve sua morte anunciada nesta terça-feira, em consequência de um câncer na garganta. 52 anos depois de Brian Jones, o primeiro integrante a falecer. Charlie completou 80 anos em junho. O mais velho da formação original dos Stones, Bill Wyman, que deixou o grupo em 1993, está com 85 anos. Charles Roberts Watts, que conviveu, desde 1963, com Mick Jagger e Keith Richards, nunca levou a vida dissipada dos colegas de banda. Gostava mais de tocar com os projetos paralelos de jazz que montou, Rocket 88, Charles Watts Quintet, Charles Watts Tentet, entre outros. Em 2013, em entrevista ao The Guardian, perguntaram o que achava de tocar no festival de Glastonbury: “Não estou afim. Todo mundo já tocou lá. Não gosto de tocar em locais abertos, e tampouco me agradam os festivais. Não tem nada a ver com tocar. Tocar é o que faço no final de semana (nesta época ele tocava com um grupo de jazz numa pizzaria no Soho, em Londres). Mas é opinião minha. Quando se está numa banda você faz tudo e qualquer coisa. Aliás, nunca gostei daquela onda hippie. Não gostava da filosofia e achava as roupas horrendas” Não apreciava shows, feito o dos Stones em Copacabana, dizia que era difícil tocar com o vento balançando os pratos da bateria. O mítico concerto dos Stones no Hyde Park em 1969 para Charlie não teve nada de romântico (foi iniciado com Mick Jagger declamando um poema de Shelley: “Minha mulher levou uma porrada de pão dormido, diz que doeu bastante. Aquelas borboletas que soltaram. Não gostei daquilo, metade ficou pelo chão, metade morreu”  Charlie Watts desconstrói os mitos e lendas da trajetória dos Rolling Stones. Sobre a morte de Brian, perguntam-lhe se foi um choque pra eles: “Choque? Brian morrer? Não. Foi triste, mas não inesperado (…). Ele sofria terríveis crises de asma, bebia muito, e começou a pegar drogas antes de todos na banda”. Sobre a banda: “Mick Jagger é o show, a gente acompanha ele. O show tem a ver com tocar bem. Não quero dizer brilhante tecnicamente. O resto é algodão doce, bolhas de sabão, os trajes que vestimos, mas o que a gente faz mesmo é um tocar bateria, outro tocar guitarra… “.

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