Pra dar leveza a uma semana que se promete pesada, e ao Recife, um frevo de bloco, de Múcio Callou, com letra do poeta Pedro América, Recife Musa, uma ode à capital pernambucana, lançada nas plataformas digitais nesse sábado, 4 de setembro. Recifencidade é o título original do poema de Pedro Américo que inspirou Múcio Callou. A música é candidata a ser incorporada ao repertório dos blocos líricos: esbanja lirismos na melodia, na letra, no arranjo, e imagens.
E a intenção de Callou foi passar uma mensagem otimista pra os moradores de uma cidade que sentiu os efeitos da pandemia, sobretudo na Região Central, com depredações, ruas invadidas por pessoas à margem da sociedade, uma miséria acentuada durante o isolacionamento social cenário de um filme de ficção distópica.
O arranjo de Múcio Callou para Recife Musa traz um diálogo instrumental entre flauta e cello, harmonizando com violão, baixo acústico e bateria, além de um quarteto clássico de cordas, o Quarteto Encore, e as vozes de um coro feminino. Ele é o intérprete da canção.
Múcio Callou tem uma longa folha de serviços prestados à música pernambucana. Foi um dos músicos mais atuante no Recife nos anos 80, quando incursionou pela música experimental, que incluiu, entre outros, com um concerto no Morro da Conceição com a Escola de Samba Galeria do Morro, passou jazz, MPB, foi coordenador de música da Prefeitura do Recife, professor, assinou varias trilhas sonoras. Em 1986, lançou um LP com duas dessas trilhas, a do filme Nem Tudo São Flores, de Paul Caldas, e Um Menino no Mundo da Lua, peça infantil de Marcos Apolinário. Em 1817, lançou a peça erudita Suíte 1817, celebração a Revolução Republicana de 1817.
Pedro Américo também é de um fértil geração de poetas alternativos, uma movimentação iniciada no final dos anos 70, abrangendo poetas da Região Metropolitana do Recife. Pedro, nascido em Ouricuri, foi um dos mais ativos poetas dessa época, transitando também pela música, e mantendo um sebo de livros, nos anos 80, que virou ponto de intelectuais, cantadores, na Rua da Roda, no Centro da cidade.
Muito feliz com essa matéria. Obrigado.
O título é uma chamada oportuna e inteligente.
Seu conteúdo situa o leitor e convida, ou melhor, convoca à apreciação do vídeo clipe.
As matérias jornalisticas que tive a honra de protagonizar, descatam-se as que escreveu o jornalista José Teles. Conhecedor essencial da cultura musical brasileira, em especial a permanbucana.
Nosso crítico maior, apoiador dos nossos artistas, presta-se ao papel incomensurável de manter viva a nossa cultura.
Como leitor agradeço pelos generosos ,interesantes e surpreendentes artigos da vida cultural e musical brasileira e internacional.
Minha grande admiração pelo quantitativo e quatitativo do seu trabalho. Um abraço.
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modéstia à parte sua mucio, a contribuição sua à música pernambucana é muito importante, e deveria ser mais conhecida. Você é musico dos músicos.
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