Eu fui vítima do atentado às Torres Gêmeas. Depois dele, a vigilância nos aeroportos foi reforçada, inclusive no Brasil, o país mais imprevidente do planeta. Uns dois meses depois da quedadas torres, viajei pro Rio, pra uma coletiva de Roberto Carlos. Nesse tempo RC ainda lançava disco de inéditas com certa frequência. Essa, acho que foi o penúltimo. A coletiva, no Copacabana Palace, até aí tudo joinha. Depois complicou. Tinha perdido a carteira de identidade, mas embarquei sem problemas no Aeroporto Internacional dos Guararapes de Gilberto Freyre. Mas, por causa das estripulias dos comandados de Osama Bin Laden quase não volto pro meu aconchego.
Mostrei o cartão de embarque à moça, ela pediu o a identidade. Disse que tinha perdido. Mostrei um B.O. Não aceitou. Impávido colosso, disse que só adentraria ao setor do embarque com um documento de identificação. Tentei meus cartões, todos com meu nome. Necas de pitibiriba. Expliquei a ela que tinha vindo ao Rio pra uma entrevista com Roberto Carlos, que não era exatamente um extremista. Mostrei-lhe o crachá da coletiva com uma foto do Rei, em vários tons de azuis, Não adiantou. Acho que era fã de Fábio Junior.
O pessoal do meu vôo todo embarcando, e eu argumentando com a moça (modo de dizer, já era meio avançada na idade). Parti pra ignorância: “Minha senhora, se eu estivesse a fim de seqüestrar um avião eu teria vindo sem RG?”. E ela: “Mas o senhor tá sem RG”. E Eu: “Perdi. Não sei guiar nem bicicleta, como goitana eu iria dirigir um avião?”. E ela: “Não sei, senhor. Por favor, pode se afastar? Está atrapalhando o embarque”.
A Sony Music, gravadora de Roberto, me concedeu mais um dia de hospedagem. Voltei pra Copa, e passei a noite maldizendo Osama entre chopinhos e salaminho. Do hotel liguei pra Fabíola, uma amiga da Polícia Federal. Ele falou com o assessor de imprensa da PF. No dia seguinte fui pro Galeão. Cheguei ao embarque, disse o nome do assessor, a moça olhou uma lista, e me liberou pro setor de embarque, não pediu documento nenhum. O Brasil é isso. O país da trivela, da paradinha, e da catimba. Diferente.
Já vi de tudo em embarque de aeroporto Uma vez, perdi uma coletiva porque troquei de carteira e deixei o RG em casa. Tinha carteira de motorista- sem foto – crachá da empresa, contracheque, cartão de crédito, o escambau. Moro perto do aeroporto- 8 minutos de táxi- mas o trânsito do JC até o aeroporto estava daqueles típicos do Recife e não dava tempo de ir em casa. Na época, não tinha check in por aplicativo. Era ao vivo. Se tivesse, teria dado tempo de ir em casa pegar o tal RG.
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ja pernotei num saguão de aeroporto, no Rio. parecia aquele filme em que um cara fica morando num
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