CRÔNICA
Nessa terça-feira, numa entrevista a Éden Pereira, da Rádio Folha, ela me perguntou qual a cobertura mais marcante que fiz. Assim de supetão, foi difícil me lembrar, afinal; são 33 anos ininterruptos escrevendo sobre música em jornais e revistas e blogs. Aliás, continuo escrevendo, e foi por isto que Éden me entrevistou, pra conversar sobre meu novo site, o telestoques.com.
Na hora, me lembrei que já cobri um varal de roupas. Sim, isto mesmo, um varal de roupas, mas de responsa, entrou pro livro Guiness dos Recordes. O varal ocupava a praia de Botafogo. As milhares de roupas vinham de doações pra serem distribuídas entre entidades que trabalham com pessoas carentes. Menos uma camiseta, que foi leiloada. Esta doada e autografada por Ronaldinho, o altão, na época, o jogador de bola mais badalado do planeta.
Não entendi até hoje como o editor do JC me liberou pra cobrir um varal de roupas, muito menos se fiz a matéria do varal. Sei que fui porque era pro Rio, e nunca recusei convite pra ir pro Rio. Minto. Recusei uma vez. Seria pra uma coletiva de lançamento de um disco do Louro José. Este acho que o diretor de redação, Ivanildo Sampaio, não iria me liberar. Nem sei se me chegou o CD do louro. Sei que nunca o escutei. Se tivesse ido esta seria talvez a cobertura mais marcante entre as centenas que já fiz. Teve um tempo em que a indústria voava em céu de brigadeiro, o departamento de divulgação recebia verbas generosas, e não promovia eventos só em lancamentos de discos. Rolavam em contratações de artistas, ou simplesmente conhecer um novo estudio, ou escutar um disco.
Sendo no Rio, qualquer cobertura vale à pena. Nessa do varal de roupas, a assessoria nos levou, no final da tarde, pra uma maravilhosa roda de choro, que só rola uma vez por ano (estávamos em dezembro), num casarão em Santa Teresa, com os melhores chorões cariocas. O varal valeu a pena.
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