Veteranos dos anos 70 numa série de bons discos

 Bandas e intérpretes que não apenas fizeram sucesso, em sua época, como contribuíram para o desenvolvimento da música do século 20, lançaram discos de estúdio nas últimas semanas Claro, não têm como combustível o fogo da juventude, mas compensam com o domínio de melodias consistentes, e experiência adquirida com o tempo, nos arranjos e instrumentação como é o caso do ingles Yes, nascido em 1968, um dos gigantes da era do rock progressivo, teve muitas mudanças de formação, mas continua na estrada, sem o vocalista Jon Anderson.

O Yes mandou às plataformas digitais o 22º álbum de estúdio, The Quest. A ausência do ex-vocalista não é tão sentida, porque seu substituto, Jon Davison canta no registro de Anderson. Segurando a bandeira do Yes, estão o guitarrista Steve Howe, o baterista Alan White, o tecladista Geoff Downes, o baixista Billy Sherwood, e o percussionista Jay Schlen. É o primeiro álbum do Yes em sete anos, e o primeiro sem o baixista Chris Squire (falecido em 2015).  Obviamente, o Yes não pretende estender limites, além dos que já estendeu nos anos 70. O que faz está muito distante da música que predomina atualmente nas plataformas digitais, mas para quem não conhece, não custa nada provar um pouco do grupo inglês, que tem um dos grandes guitarristas do rock, Steve Howe. Ele e seus companheiros de banda podem não ter o pique dos anos 70, mas certamente acumularam muito mais experiências e habilidades.  

No Brasil, The Doobie Brothers é uma banda de um sucesso só, Listen to the Music, que toca até a época atual em FMs de rock clássico. Porém, nos EUA (e demais países de língua inglesa) foi um dos mais sucedidos grupos dos anos 70, com cinco músicas entre as dez mais, outras 40 bem colocadas no paradão da Billboard, três álbuns multiplatinados, sete platinados, 14 Discos de Ouro, e um de Diamante, recebido pela coletânea, Best of Doobie (1976).

Com Tom Johnston, Pat Simmons e John McFee, como base, o grupo celebra os 50 anos com atraso provocado pela pandemia. O grupo lançou, em 1ª de outubro, o 15ª álbum, Liberté, o primeiro de canções inéditas em sete anos. A trinca exercita a assinatura sonora da banda, como se fosse ainda 1970. Mexico, a música que abre o repertório, de doze faixas, poderia estar num álbum clássico de meio século atrás. Mas não é um disco apenas para nostálgico, que parou no tempo. Não falta energia aos setentões, nem inspiração a Tom Johnston, principal autor e vocalista da banda.

Graças ao filme Bohemian Rhapsody, o Queen tornou-se a banda de rock mais escutada nas plataformas digitais, e a música que dá título à cinebiografia de Freddie Mercury foi a primeira canção, gravada antes dos anos 90, a emplacar um bilhão de acessos em stream.  Imagine-se, pois, o peso nos ombros dos integrantes do Queen, ao entrar em estúdio para fazer um disco solo. Outsider, é o sexto álbum solo de Roger Taylor, baterista do Queen, um disco pandêmico. Ele lançou o primeiro álbum Fun in Space, há 30 anos.

Aos 72 anos, Roger Taylor ocupou o tempo ocioso para fazer Outsider, em cujo repertório incluiu canções de discos anteriores.  Gangsters Are Running This World, foi lançada em 2919, inspirada pela escalada da direita em vários países, neste álbum há duas versões da música. Foreign Sand é regravação de um single de 1994, do mesmo ano é Nazi 94. Roger toca quase tudo no disco, na faixa, We’re All Just Trying to Get By, cantada com KT Tunstall, é uma das melhores faixas do álbum, pegaria bem num disco do Queen.

O guitarrista e compositor Lindsey Buckingham dá continuidade à saga do Fleetwood Mac, que começa nos idos de 1967, na Inglaterra, como uma banda de blues, relativamente bem sucedida. Com a entrada do casal Stevie Nicks e Lindsey Buckingham, o grupo tornou-se imensamente bem sucedido, poucos chegaram a tanto nos anos 70 quanto a Fleetwood Mac. Lindsey deixou o FM em 1987, voltou dez anos depois, para ser convidado a sair em 2018, e por sua ex-mulher, Stevie Nicks.

Lindsey Buckingham poderia ter batizado de Revenge, (Vingança) ao seu novo álbum que tem seu nome por título. O “Vingança” porque se as canções do disco fossem gravadas por sua ex-banda seria comparado aos melhores trabalhos do grupo nos anos 70. Buckingham assina alguns dos maiores hits da Fleetwood Mac, Second Hand News e Go Your Own Way, que impulsionaram o álbum Rumours (1977) para a estratosfera, com dez milhões de cópias vendidas.   

Scream, que abre o disco, tem introdução assemelhada a Go Your Own Way, e uma melodia, quase,  tão fulminante quanto. Embora as canções sejam ensolaradas, nuvens plúmbeas pairam sobre elas. As letras têm endereço certo e sabido.  Não apenas para Stevie Nicks, mas também para a banda, na faixa On The Wrong Side. No mais, ele se vale dos artifícios do Fleetwood Mac, nas harmonias vocais, na levada instrumental de boa parte das canções, com bateria e guitarra base abrindo caminho para as vozes, e melodias engenhosas. Infelizmente, para Lindsey, há pouco espaço para este tipo de música nos tempos de agora.

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