Dizem que a medicina é um sacerdócio, e eu acredito. Há médicos que querem levar os pacientes para o bom caminho, ou que alcance a vida eterna. É o caso do doutor da Rainha Elizabeth. Desde tempos imemoriais, Sua Majestade é chegada a uma água que passarinho inglês não bebe. Tomava seu uísque escocês legítimo, seu gin idem, um vinhozinho pra rebater, com moderação, sem perturbar a ordem pública. Ai o doutor proibiu.
Aliás, a Rainha entorna em casa, e se tomar umas e outras e, de repente, surtar, ela dispõe de 75 cômodos no palácio pra pintar e bordar. Com um espaço desses, o bêbado mais chato do mundo não vai conseguir encher o saco de ninguém, O que não é o caso de Elizabeth, que é muito discreta, muito bem educada, e sabe beber direitinho.
O que achei uma atitude de sacerdote do médico da Rainha, foi ter mandado ele cortar o álcool, pra não causar problemas de saúde. Ora, a Rainha Isabel (como a chamam em Portugal), aos 95 anos, vende saúde, provavelmente, os preciosos líquidos contribuíram pra isto, deixando-a mais tranquila e relaxada. Se os tiram agora, e ela passa a entornar chá, capaz da real coitada, entristecer, quedar-se meditabunda, taciturna, ter uma depressão, ou coisa parecida.
Esta história me faz lembrar a que me contou um amigo, acontecida com um tio-avô dele. Esse tio-avô, com uns 80 e lá vai força, anunciou um casamento com uma moça de 38. A família, claro, foi contra, até porque ele possuía uma terras, uns gados, umas coisinhas, e seria mais uma na herança. Um neto, mais chegado a ele, foi escalado para tentar demover o macróbio de contrair matrimônio (pois é, matrimônio se contrai).
Por mais que o neto botasse gosto ruim, o avô estava decidido a se casar. Foi então que o cara partiu prum argumento mais curto e e mais grosso: “Vô, se o senhor, com esta idade, casa com uma moça nova dessas, vai acabar sendo corno”. O velho olhou pra ele, deu de ombros e ponderou: “Se eu for corno, é por pouco tempo”. Da mesma forma, se a bebida ofender a Rainha Elizabeth será por pouco tempo.
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