As coisas acontecem numa velocidade tão da goitana que nem dei importância à foto do touro da Bolsa de Valores. Tudo bem, gado dá dinheiro, ligar touro à bolsa de valores tá certo, as firmas mais rentáveis do país são as do agronegócio. Os países ricos comem a carne do touro e da vaca nacionais (enquanto o povo nacional rói o osso). Revi o touro, que tem a cara mais invocada do que a de segurança de gafieira.
Duvido nada que roubem o touro. Aqui no Recife roubaram uma cobra de bronze, no parque das esculturas, no arrecife que fica de frente pro Marco Zero, feita por Brennand. A bicha pesava, salvo engano, que vivo salvo enganando-me, mais de uma tonelada. Pode ser que a cobra tenha timbugado n’água e indo embora, pois é uma cobra marinha. Não me venham com um “impossível de acontecer”. Mais misterioso, e improvável, é afanarem um rolão de cobra daqueles sem ninguém ver.
A Copa do Mundo é nossa, com brasileiro não há quem possa. A Copa do Mundo, a taça Jules Rimet, que veio em definitivo para o Brasil, na conquista do tri, em 1970, não é mais nossa. Roubaram a taça, toda de ouro 18 quilates, venderam e o intrujão a derreteu. A CBD (hoje CBF) colocava a réplica no cofre, e expunha a original. Pois é, com brasileiro não há quem possa. De maneira que aquele touro da bolsa tá correndo perigo, não só de pichadores, mas é capaz de conservadores cismarem com ele.
Vi uma foto do bichão por trás, e pelo jeito o escultor é da escola hiperrealista. O touro tem um par de, como direi, colodinos de responsa, não deu pra ver se o autor colocou também um dardo de Eros compatível com os cujos. Soube que em Petrolina colocaram uma estátua de um bode no bodódromo, lugar de lá onde se serve carne de caprino de todo jeito e maneira. Esse bode, como todo pai de chiqueiro que se preze, tinha a maior lapa de saco. Pois implicaram tanto com este detalhe que acabaram castrando o coitado do bode. O touro da bolsa periga ter o mesmo destino.
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