Crônica: De bar em bar pelas ruas das cidades

 Cheguei no Moscouzinho, botei a bolsa sobre a mesa, me sentei, e pedi uma cerva. Fiquei olhando o movimento. Depois de uns minutos, levantei o braço pra chamar a atenção de Jennifer, a mulher de Carlos, o dono do bar:

– Cadê a cerveja? E ela:

– Tá vendo este carai aí não? O caraí a que se referia, era a garrafa de Boêmia na mesa, oculta por trás da bolsa. Bar que se chama “Boteco”, “Botequim”, “Birosca” não é nenhum dos três, é coisa pra playboy. O Moscouzinho, frequentado por comunistas desde, acho, os anos 70, chamava-se na verdade Transamazônica, deve ter sido por isso que os vermelhos o ocuparam. Um boteco na vera, tem higiene duvidosa, e dono casca grossa. A mulher, dublê de garçonete, pelo diálogo mostrado acima, não era de alisar freguês.

Seguem alguns alertas anotados em bares por onde andei.

Trocar dinheiro? E eu quero lá saber de pegar em dinheiro? Comigo é no pix (cervejeiro na praia de Boa Viagem)

Aviso : Não troco dinheiro. Nunca ninguém ficou rico trocando dinheiro  (no centro do Recife)

Aviso num bar, ao lado do palco; Proibido dar canja (na orla de Petrolina)

Aviso dietético: Todo alimento servido neste bar contem glúten (num bar na Lapa, Rio)

Mais um aviso : Proibido dançar, colocar os pés na cadeira, e mijar com a porta aberta (bar do Carlão, em Boa Viagem).

Aviso das antigas: freguês educado não diz palavrão, não pede fiado, nem cospe no chão (em muitos botecos do Recife num passado já distante)

Aviso higiênico, na parede de uma privada, por trás do vaso sanitário, : Isso aqui é uma descarga (em João Pessoa)

Aviso no carnaval: Este caralho não é bar (Na parede, ao lado da porta de uma casa em Olinda onde, suponho, já funcionou um bar)

Pagar pela música: pode tirar o couvert artístico da conta. Não vou pagar. Sou mouco (no Calabouço, bar de saudosa memória, na 7 de setembro, Centro do Recife).

2 comentários em “Crônica: De bar em bar pelas ruas das cidades

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  1. Teles Toques, bom dia.
    CÍCERO TAVARES Tavares de Melo
    Dom, 21/11/2021 11:02
    Teles, acompanho todos os dias as notícias que o mestre publica seu site TELESTOQUES, e lá tomo conhecimento de muitas informações preciosas sobre músicas, cantores e letristas, que está na ativa, que já partiu e virou cinza das estrelas.

    Recentemente o prezado publicou no JC uma matéria sobre Roberto Muller, o brega das multidões.

    Hoje, como está Roberto Muller? já que a matéria de sua autoria publicada foi de 2017.

    De vez em quando eu aproveito parte de tuas crônicas sobre músicas e seus expoentes, escrevo um introito e publico no Jornal da Besta Fubana (luizberto.com).

    Escreve outra reportagem sobre Roberto Muller e publica no teu site TELESTOQUES.

    Forte abraço do admirador dês a época maluca do Papa-Figo, que deixou de prestar porque Bione Cão tornou-o um panfleto político.

    Cícero Tavares

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