Festival de jazz no carnaval em Pernambuco volta para Garanhuns, onde começou em 2008

O festival de jazz, produzido por Giovanni Papaleo, durante o carnaval, em 2022 deverá voltar ao lugar de onde nunca deveria ter saído, vira novamente Garanhuns Jazz Festival, com a luz verde sinalizada pelo prefeito Sivaldo Albino. O festival aconteceu de 2015 a 2020 em Gravata. Em 2014, depois de uma de suas melhores edições, fechada com um show de um dos mais importantes bateristas da história do jazz, Billy Cobham, o evento foi descartado pelo então prefeito, gerando indignação em muita garanhuense. Criou-se até uma página no Facebook para o pessoal comentar o fim do Garanhuns Jazz Festival

Eu cobri todos, e vi várias lendas do blues e jazz. Contei um bocado de histórias do Garanhuns Jazz. Feito a do grande Bob Mintz (da Yellow Jackett, na foto), um dos mestres do sax no jazz contemporâneo. A gente almoçava num restaurante no bairro do Arraial, quando alguém mostrou a Mintz a partitura de um frevo (não me lembro se ia tocar com músicos pernambucanos, ou queria tocar, ele mesmo, um frevo). O cara deu uma lida na partitura, deu outra, depois perguntou: “Alguém consegue tocar isto?”

Ou a do blueseiro James Wheeler, um negro alto, magro. Vestia-se de calças jeans, camisa preta, chapéu e botas de caubói, e óculos escuros. O prefeito da época, Luis Carlos de Oliveira, ofereceu um almoço na casa dele, no domingo (o festival ia do sábado à terça-feira). Eu tava sentado numa mesa com a secretária, acho que de cultura, da prefeitura, e mais algumas pessoas. Nisso entra James Wheeler, invocadíssimo. A secretária exclamou: “Quem é este?”. E eu: “James Wheeler, músico gringo”. E ela: “Ufa, pensei que fosse um matador de Brejão”.

O festival de jazz, produzido por Giovanni Papaleo, durante o carnaval, em 2022 deverá voltar ao lugar de onde nunca deveria ter saído, vira novamente Garanhuns Jazz Festival, com a luz verde sinalizada pelo prefeito Sivaldo Albino. O festival aconteceu de 2015 a 2020 em Gravata. Em 2014, depois de uma de suas melhores edições, fechada com um show de um dos mais importantes bateristas da história do jazz, Billy Cobham, o evento foi descartado pelo então prefeito, gerando indignação em muita garanhuense. Criou-se até uma página no Facebook para o pessoal comentar o fim do Garanhuns Jazz Festival

Eu cobri todos, e vi várias lendas do blues e jazz. Contei um bocado de histórias do Garanhuns Jazz. Feito a do grande Bob Mintz (da Yellow Jackett, na foto), um dos mestres do sax no jazz contemporâneo. A gente almoçava num restaurante no bairro do Arraial, quando alguém mostrou a Mintz a partitura de um frevo (não me lembro se ia tocar com músicos pernambucanos, ou queria tocar, ele mesmo, um frevo). O cara deu uma lida na partitura, deu outra, depois perguntou: “Alguém consegue tocar isto?”

Ou a do blueseiro James Wheeler, um negro alto, magro. Vestia-se de calças jeans, camisa preta, chapéu e botas de caubói, e óculos escuros. O prefeito da época, Luis Carlos de Oliveira, ofereceu um almoço na casa dele, no domingo (o festival ia do sábado à terça-feira). Eu tava sentado numa mesa com a secretária, acho que de cultura, da prefeitura, e mais algumas pessoas. Nisso entra James Wheeler, invocadíssimo. A secretária exclamou: “Quem é este?”. E eu: “James Wheeler, músico gringo”. E ela: “Ufa, pensei que fosse um matador de Brejão”.

Disco

Falando em Garanhuns Jazz, na edição de 2013, uma das atrações foi a blueseira, da Califórnia, Tia Carroll, que levantou a plateia com incendiárias interpretações, feito a de Come Together, dos Beatles. Tia Carro, que ora faz shows pelo Brasil, está de disco novo, You Gotta Have it (Little Village Foundation), que ganhou elogios rasgados da revista Downbeat. Curiosamente este é o primeiro álbum americano de Tia Carroll, cuja discografia é muito curta para seu talento, Wanna Ride (1997), e Tia Carroll (2005).

You Gotta Have It traz um repertório de blues e soul, com um timaço de músicos (entre os quais está o guitarrista Igor Prado, outro que tem passagens pelo festival de jazz, tanto em Garanhuns, quanto em Gravatá), mas o grupo vocal The Sons of the Soul Survivors. São quatro faixas inéditas, e regravações feitas Don’t Put You Hands On Me, pinçada da obra de Koko Taylor e bem na pauta do feminismo atual, ou I Need Someone, sucesso do Z.Z Top.

Pelos elogios que You Gotta Have It é como se a imprensa especializada tentasse compensar a pouca atenção concedida a Tia Carroll que, por sua vez, gravou um disco impecavelmente bem realizado, com grandes instrumentistas, arranjos, e sua interpretação esmerada, com voz de timbre particular, e muita força. Torçamos pra que volte ao festival de jazz em Garanhuns, ou no próximo ano. As probabilidades de acontecer mesmo em 2022, apesar da pandemia, são grandes, já que não é um evento de aglomerações, e no qual se pode aplicar com eficácia as medidas de segurança sanitária,

3 comentários em “Festival de jazz no carnaval em Pernambuco volta para Garanhuns, onde começou em 2008

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