“Mantive por seis anos quase, é uma manutenção muito alta a casa. Esperei que alguma instituição me procurasse pra gente fazer não um museu, mas a Casa de Naná Vasconcelos, para ser visitada, pras escolas, eu tenho todo um projeto na cabeça. Só que nunca ninguém se interessou. E aí vou ter que desocupar a casa, o que é horrível. Disse aos músicos que podem visitar a casa, pela última vez. Vou alugar. É doloroso, mas preciso, porque não moro mais aqui, nem quero estar batendo de frente com as autoridades que não estão nem aí. Nunca entenderam a obra de Naná. Não têm a dimensão nem cultura pra isto. Eu fiz minha parte, e vou continuar fazendo dentro das minhas possibilidades”.
O desabafo é de Patrícia Vasconcelos, mulher de Naná Vasconcelos. Ela tinha um sonho. Transformar o casarão em que morou com o marido e a filha num espaço cultura, para preservar a memória, e contar a história do percussionista, através de seus discos, matérias na imprensa brasileira e gringa, discos, instrumentos, objetos pessoais.
Seis anos depois da morte de Naná Vasconcelos nenhuma autoridade dita competente a procurou para discutir a possibilidade desse espaço ser criado, abrigando no Recife um lugar de visitação, com o acervo e legado de um dos mais importantes nomes da história da música popular do século 20.
Isto posto, Patrícia Vasconcelos desistiu do Recife. Veio de Nova Iorque, onde mora com a filha. Está embalando o que se encontra na casa, para abrigar num depósito, vai colocar o imóvel para ser alugado. Mas continuará, como vem fazendo, a manter viva a memória de Naná seja em livros, reedição de discos raros, documentários etc.
Vale lembrar, Capiba pra ter sua obra preservada (o que está sendo realizado) precisou que sua mulher, dona Zezita, a levasse para Surubim, cidade natal do compositor.
Talvez o pessoal ache que uma escultura de Naná no Marco Zero tenha sido suficiente para expressar o que ele fez pela música pernambucana e brasileira, aqui e mundo afora. Quem sabe Naná não acabe tendo o seu espaço em Nova Iorque, cidade que o acolheu durante tantos anos?
É triste, Teles, o que acontece com a memória de Naná Vasconcelos aqui no Recife, sua terra de nascença.
Com Luiz Gonzaga também não é diferente. É um desconhecido até para os cabras que estão se formando em sertanejismo.
O que mais impressiona nessa história toda é que Lampião, um bandido escroto que tocou o terror na caatinga durante meio século é mais cultuado pelo povo e as autoridades do que Nanã Vasconcelos, Luiz Gonzaga, Capiba, dentre outros.
Lamentável.
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a homenagem é encomendar uma estátua
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Naná Vasconcelos (Juvenal Vasconcelos), meu colega da antiga Escola Industrial Gov. Agamemnon Magalhães, no bairro da Encruzilhada,1958, aqui no Recife, nasceu e cresceu em Olinda, no bairro de Sítio Novo, junto aos seus familiares. Ali, convivemos nas brincadeiras musicais, inclusive nas domingueiras dançantes do SESI, e do Clube Lítero, vizinhios à sua casa, ao som dos boleros dos cantores Anísio Silva, Orlando Dias, e outros famosos. De volta dos Estados Unidos (final dos anos 1990), onde morou por mais de 20 anos, e ganhou expressivo destaque como percussionista, foi morar no bairro do Janga, pra depois, já casado com sua sobrinha Patrícia Vasconcelos, passar a morar no Recife, período em que participou da abertura do Carnaval do Recife, durante 15 anos. Meu filho, o flautista César Michiles, chegou a morar um tempo com ele em Nova Yorque, numa íntima amizade que teve continuidade aqui no Recife, momentos em que lhe proporcionou vários arranjos musicais e acompanhamentos com suas flautas. Nesse trajeto, tive a satisfação de ter meu maracatu “Recife Nagô”, gravado por ele, também em dupla com Chico Cásar. Lamentavelmente, em março de 2016, Naná veio a falecer, nos deixando saudades!
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Naná Vasconcelos (Juvenal Vasconcelos), meu colega da antiga Escola Industrial Gov. Agamemnon Magalhães, no bairro da Encruzilhada,1958, aqui no Recife, nasceu e cresceu em Olinda, no bairro de Sítio Novo, junto aos seus familiares. Ali, convivemos nas brincadeiras musicais, inclusive nas domingueiras dançantes do SESI, e do Clube Lítero, vizinhios à sua casa, ao som dos boleros dos cantores Anísio Silva, Orlando Dias, e outros famosos. De volta dos Estados Unidos (final dos anos 1990), onde morou por mais de 20 anos, e ganhou expressivo destaque como percussionista, foi morar no bairro do Janga, pra depois, já casado com sua sobrinha Patrícia Vasconcelos, passar a morar no Recife, período em que participou da Abertura do Carnaval, durante 15 anos. Meu filho, o flautista César Michiles, chegou a morar um tempo com ele em Nova Yorque, numa íntima amizade que teve continuidade aqui na Capital do Frevo, momentos em que lhe proporcionou vários arranjos musicais, e acompanhamentos com suas flautas. Nesse trajeto, tive a satisfação de ter meu maracatu “Recife Nagô” gravado por ele, também em dupla com Chico Cásar. Lamentavelmente, em março de 2016, Naná veio a falecer, nos deixando saudades!
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uma lástima a casa não ter sido mantida como Naná a deixou
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