Há 60 anos, o mais influente artista da música popular do século 20 lançava o primeiro álbum, que tem seu nome como título: Bob Dylan, Prêmio Nobel de Literatura de 2016. Estava a dois meses e dois dias de completar 21 anos. Chegara à Nova Iorque há pouco mais de um ano, o objetivo seria conhecer seu ídolo Woody Guthrie, mas na verdade queria ser aceito no movimentado cenário folk do Village. Chegou à cidade em janeiro de 1961. Em 29 de setembro daquele ano ganhou uma crítica entusiasmada no New York Times, assinada por Robert Shelton sobre um show a que assistiu.
Nos dias 20 e 21 de novembro de 1961 ele esta no lendário estúdio da CBS/Columbia, no Centrão de Nova Iorque, onde gravaria seu álbum de estreia. Foi produzido por John Hammond, um dos mais respeitados profissionais do ramo, descobridor de talentos, ativista pelos direitos civis, produziu vários artistas negros, entre estes Billie Holiday e Count Basie. Foi um dos responsáveis pelo revival em torno de Robert Johnson.
Bob Dylan, o LP, contém 13 faixas, duas autorais, o restante pinçado do repertório do artista, na época com mais ou menos uma centena de canções folk e ou blues. O disco vendeu muito pouco para época, cinco mil cópias. A gravadora ameaçou dispensar o novato fracassado. Hammond disse, literalmente, só passando por cima do seu cadáver. Na Billboard o álbum recebeu uma nota modesta, mas elogiosa: “Um dos mais interessantes, e disciplinado, jovem a aparecer na cena da música folk em anos”.
Bob Dylan, o álbum é muito peculiar. O cantor folk, com rosto angelical, tem voz de lixa, soa como um velho blueseiro, e faz a miscigenação do folk com o blues num disco que só recebeu a devida atenção depois do surpreendente segundo disco, The Freewheelin’ Bob Dylan, um álbum com 13 faixas, seis das quais se tornaram clássicos, entre elas Masters of War, Girl of the North Country, A Hard Rain’s A-Gonna Fall, Don’t Think Twice Is All Right e Blowin’ in the Wind.
Deixe um comentário