Muito boa a matéria de capa com Anitta publicada na edição atual da revista Billboard americana (que semanal), uma análise da construção da carreira da celebridade carioca. Uma escalada em que a música é só mais um elemento entre os muitos de que se vale Anitta e sua equipe para causar o tempo inteiro na mídia.
Tanto é assim que a moça, recentemente, lançou um álbum, Versions of Me, estranhamente ignorado no Brasil para quem foi há dois meses ufanisticamente citada na imprensa escrita, falada, televisada e digitalizada por ter ocupado o primeiro lugar num dos paradões da citada revista (mas segurando a posição por pouco tempo), o Global Excl. U.S.A (artistas que tocam pela periferia do maior mercado de música do planeta, o americano)
A insistência, perseverança, com um empresário descolado a atuante, que renovou o contrato de Anitta, então ligada à filial da Warner brasileira, com três divisões diferentes da gravadora, o que a leva a gravar seu novo álbum tem faixas em inglês, espanhol e apenas uma em português. Versions of Me, até a feitura da matéria da Billboard, estava com 111,7 milhões de plays nos Estados Unidos, curiosamente, não figurava no paradão de álbuns da revista.
Anitta entre 2013 e 2017 fazia uma média de cem shows pelo Brasil. Em 2019, a turnê do disco Kisses teve pouco mais de 30 apresentações. Muita gente estranha o fato de ler e ouvir falar tanto sobre a artista, e não conhecer suas músicas. No paradão nacional da Pró-Musica Top Tem, a tão badalada Girl From Rio, só alcançou um 169º lugar, e o single Me Gusta teve performance ainda pior: ficou em 177º. Acredita-se que o mau desempenho no Brasil deva –se à sua presença constante em Miami e na Califórnia, deixando o mercando brasileiro nas mãos de sertanejos.
Anitta pensa grande. Assinou com um dos maiores agenciadores de artistas em atividade nos EUA, Brandon Silverstein, da S10 Entertainment, um contrato com validade global. Silverstein a conhecia apenas da música, ela conta que teve que apresentar a ele suas outras habilidades entre de fecharem o contrato: “Então comecei a contar sobre minhas maluquices. Tipo sexo, indo a clube de strip, ou embriagando-se e vomitando, falando sobre cocô, pra ver como ele reagiria. Há uma parte de mim que é muito louca e ele precisava conhecer”, contou Anitta à Griselda Torres, que a entrevistou quando a brasileira se apresentou no festival Coachella. Participaram também da matéria Alexei Barronuevo e Beatriz Miranda.
Ressalta-se a ausência de artistas da música brasileira nas paradas internacionais. A memória da repórter chega até Alexandre Pires que, no início deste século emplacou 10 hits entre as dez mais do paradão latino, ou Michel Teló, com o fenômeno Ai se Eu te Pego, em 2012, um sucesso em todos os continentes. Aventa-se a possibilidade de um estouro da música brasileira no exterior se dever em parte ao idioma português. Depois à força do mercado brasileiro, o 11º do mundo (antes da pandemia era o nono). O streaming responde por 85º do faturamento do mercado musical nacional. Assim, o segmento mais popular do país, os sertanejos, faz a opção pelo Brasil, onde já são consagrados e campeões de plays nas plataformas digitais.
Música à parte, a trajetória de Anitta é fascinante, porque ela entendeu, mais do que a concorrência, que o show bizz mudou radicalmente. Sabe que o consumidor formado neste século tem mais interesse nela do que em sua obra. Em pouco tempo, o artista nem precisa existir em carne e osso. Os fãs vão idolatrar um ídolo virtual, e curtir música produzida por inteligência artificial.
Alô Teles. muito boa a matéria, sobre a atuação da Anitta, nos seus vários mercados de atuação! Show de craque nas escritas, parabéns!!! Realmente ela usa de tudo pra está na mídia. Há um tempo atrás, até a vi de quatro, com o cu pra cima mesmo, frontal para o artista que tatuava o anus dela. Você viu a obra depois de pronta?!
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