Crônica – Qual meu problema? Minhas fotos saem quase sempre desfocadas

Rembrandt inventou a self (ou seria selfie?). Vivia fazendo pintura dele mesmo. Semana passada dei uma de Rembrandt e bati uma self de mim próprio. O pleonasmo porque, pra variar, a self saiu desfocada, como pode ser constatado na ilustração desta postagem. Nunca fui muito de self, mas quando entrou na moda era uma loucura. Chegaram a avisar que a self poderia ser prejudicial à saúde. AS pessoas tiravam self nos lugares mais malucos.

Vejam que uns dois ou três anos atrás, aventou-se a possibilidade de rolar um tsunami em Olinda. A autoridade orientaram a população sobre o que fazer no caso do tsunami realmente acontecer. Pois os olindenses, e lugar de refugiar lá no alto da Sé, foram pra praia esperar o tsunami pra tirar uma self com o bicho.
Aliás, tenho notado que o pessoal tá maneirando na self. Talvez pela passagem do tempo, na comparação das fotos de agora com as que fizeram dez anos atrás. Vejo mais postagens de prato de comida, ou de turmas, sempre em bares e restaurantes chiques. Estranhamente eu só posto fotos do precioso líquido, nunca de comida. Normalmente posto um chope ou uma caninha.
Cá perto tem um bar que, quando me bate fome, peço uma caninha. Faço-o porque o copinho da cachacinha mineira é servido num pratinho, com nacos de abacaxi, uvas, e cajás. Quase sempre bato uma self desse prato, logicamente, meio desfocada.

Já fui meio cismado com meu desfocamento. Muita gente acha que é proposital. Não é. Talvez o pessoal da psicologia resolvesse a problemática. Vai ver é minha visão de mundo. Vejo as coisas, as pessoas, tudo fora de foco. Pode ser também um encosto. Um pastor, desses que realizam, todos os dias, o milagre da multiplicação do dinheiro dele, recuperasse meu foco com uma sessão de descarrego, a distância, e paga com pix
Numa música antiga, John Lennon canta que não acredita em quase nada, só nele e em sua cara metade. Eu vou com ele, sou incréu. Só boto fé numa caneca de chope bem tirado. De maneira que não me preocupa minha falta de foco. Como cantava Jorge Veiga naquele sambinha clássico, de 1946: “Não importa que a mula manque/o que eu quero é rosetar” (de Haroldo Lobo/Milton Oliveira). Qualquer dia conto a história que deu nesse samba, mas agora tô fora de foco até do assunto sobre o qual divagava.

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