David Bowie é desconhecido por metade dos jovens ingleses da chamada geração z

(Dando o que falar a pesquisa encomendada pela Roberts Radio (empresa inglesa fabricante de rádios) sobre a relação da chamada geração z ( nascida entre meados dos anos 90 e a primeira década do século 21)), e os superstars do pop rock. A pesquisa envolveu dois mil jovens ingleses pertencentes a essa geração, e o resultado só confirma que o pessoal está com os ouvidos voltados para outro tipo de música.

Um em cada três desconhece The Beatles, enquanto dois em cada três não sabe do U2. Metade ignora o Pink Floyd, David Bowie e Prince. O Queen, certamente graças ao filme Bohemian Rhapsody, é ignorado por “apenas” 40% da geração Z. Já ídolos de muitos hits nos anos 60, como Aretha Franklin, ou The Supremes, são ilustres desconhecidos para dois terços dos pesquisados (e aí eu acho até muito).

Em compensação, a geração acima dos 74, chamada de “geração silenciosa” ignora ainda mais os ídolos da geração Z. A americana Olivia Rodrigo, megavendedora de discos, e de centenas de plays nas plataformas, é conhecida por apenas 2%  dessa geração. Post Malone, outro astro atual, por apenas 3%. Mas a pesquisa só ratifica o que já era mais ou menos sabido. O tempo passou, e muito. Afinal em 2022 completam-se 60 anos do primeiro disco dos Beatles.

Dos mitos da música popular do século 20, Aretha Franklin é  o nome mais desconhecido para a geração Z. 60 por cento a ignoram. O que não é de estranhar, ela estourou com Respect (de Otis Redding), há 55 anos. A baixa popularidade do Pink Floyd entre jovens dos 16 aos 23 anos também não é surpresa.  The Dark Side of The Moon, o álbum mais popular do grupo, completará meio século em 2023.

O que a pesquisa traz de mais interessante é uma radiografia do consumo de música pelos muitos jovens.  76%  deles não se ligam no que toca no rádio. Seguem muito o que as paradas da web indicam. E aí, na sua quase totalidade. essas paradas são ocupadas por artistas também muito jovens. Ídolos de outras gerações só figuram nelas quando uma música antiga, por algum motivo, volta a ser popular. Curiosamente, a geração que tem de 55 a 73 anos é a menos interessada em escutar música mais velha que ela. Um terço da geração Z afirmou que não escutava música lançada antes de vir ao mundo.

Os dois únicos astros do passado que ganharam fãs entre a geração Z foram The Beatles e Elvis, inclusive na geração nascida depois de 2010. Certamente porque estão sempre em evidência, citações em filmes, vídeos, séries. Seus discos não saem de catálogo.

A pesquisa aponta que a cada geração ídolos do passado vão perdendo admiradores, ou seja, deixam de ser escutados. The Beach Boys é o  grupo clássico dos anos 60 que mais é ignorado pela geração Z. o que também não é de espantar. Por mais história que a banda tenha, começou no início da década de 60, e os remanescentes, com 80 anos, ou chegando a isto, se reúnem em espaço de tempo cada mais longos.

MADA

Seria interessante uma pesquisa destas no Brasil. Onde o estilos populares feito o sertanejo são povoado por nomes voláteis, a fila do sucesso neste segmento anda rápida. Porém boa parte da geração Z brasileira tem se voltado para ídolos com décadas de estrada. Está aí o fenômeno Belchior, cultuado por gente muito jovem, que descobriu artistas como Sérgio Sampaio, Ednaldo, Novos Baianos, Milton Nascimento, Sá & Guarabyra, todos com discos que este ano completam 50 anos de lançados.    

No entanto, a escalação do festival Música Alimento da Alma, o Mada, que acontece em Natal há 22 anos (este ano acontece 23 e 24 de setembro), ratifica que a maioria da geração Z brasileira não está na mesma sintonia das gerações anteriores. A grandes atrações do Mada são o Baiana System e Emicida. Também a cantora Letrux, veterana em relação aos demais, mas que se repaginou, e é estrela entre a turma jovem. Os nomes que estarão no Mada: Linn da Quebrada, Emicida, Djonga, BaianaSystem, Afrocidade, Letrux, Gloria Groove, Boogarins, Don L, Terno Rei, Josyara, Luisa e os Alquimistas e Marina Sena, ou seja, ninguém que estava em atividade no século passado.

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