O Japão continua sendo um grande consumidor de música brasileira, com um viés para a bossa nova. O incansável Roberto Menescal, que chega aos 85anos em outubro, continua encarando a longa viagem para fazer shows para os japoneses. O entanto, como os criadores da BN já passaram dos 80 (Carlos Lyra completou 89 em maio), artistas brasileiros mais jovens têm espaço no país. Alguns dos quais são ilustres desconhecidos pelos conterrâneos. É o caso de Alice, cantora e compositora brasileira que mora no Japão há seis anos.
Ela lançou pela Virgin Music Japan, o EP Rio, com um repertório MPB manjado, e uma faixa autoral, desajeito, em parceria com Elias Thiago e Renato Iwai. No disco produzido por Max Viana, ela canta Por Causa de Você Menina (Jorge Benjor), Queixa (Caetano Veloso), Nerice (Djavan, quem Max Viana é filho), e Brazil, parceria com Renato Iwai, esta em duas versões. A segunda um remix do DJ Rinzo.
Alice gravou o disco no Rio, com músicos escolados e talentosos, o percussionista Pretinho da Serrinha (ora na banda de Caetano Veloso), o tecladista Renato Fonseca. Max Viana toca guitarra, violão e cavaquinho, ou o trompetista Jessé Sadoc, entre outros.
Na verdade, a moça nem vai de bossa propriamente dita. É que para a maioria dos gringos música brasileira, desde os anos 60, é tudo bossa nova. Claro, os três compositores de MPB gravados por ela são filhos da bossa. Alice canta o que o produtor Iwai, que também trabalha no Japão, chama de city bossa, MPB com sintetizadores, programações, beats dançantes. Não há novidades nesta receita de atualização de ritmos brasileiros para atender a uma demanda de consumidores mais jovens. Neste sentido, Nereci é a faixa mais bem resolvida do EP. Mas se faz necessária atualizar até mesmo canções relativamente recente, feito a composição de Djavan (que é de 1978). Afinal a bossa nova eclodiu há 64 anos.
TelesToques 
Séculos não escuto Nereci…
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nem eu
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