Margot de Fouchier. Nunca ouvira falar na moça. Nem procurei saber muito, depois que vi, por acaso, o mais recente álbum que lançou, Disconova, o título (Un Plan Simple). Parece que é uma celebridade na França. Vi matérias com ela numa revistas dessas que abordam coisas chiques, Vogue, acho. Margot trabalha em um monte de coisas, estilista, atriz, tem empresa de influencer, fotógrafa etc, etc. Vem de uma família abonada. Numa das fotos da matéria que li, ou tentei ler, porque estava em francês, idioma no qual só sei umas quatro palavras.
Uma delas é “sortie”, aprendida depois de um tempão querendo sair do Louvre, e sem saber como era a palavra “saída” no idioma de Voltaire. Naquela época, 1990, não se viam placas indicativas em inglês em Paris. A outra é pedir um chope: “bière à la pression”. A outras duas são “désolé”, e “ça va”, expressões que aprendi com funcionários de hotéis, que falam isso o tempo todo.
Portanto não cacei muito por Margot de Fouchier porque, pelo visto, ela sua fama não muito além das fronteiras de sua terra. Discobossa é daqueles discos apropriados para coquetéis, ou fundo sonoro de restaurante e barzinho cujos donos não são de incomodar a clientela com música ruim e em alto volume (uma prática muito comum no Brasil, em geral, e no Recife em particular).
Como título do álbum aponta, Margot de Fouchier canta hits da disco music em levada de bossa nova, que foi incorporada à linguagem musical do mundo inteiro, mas é esnobada no Brasil. Margot tem um fiozinho de voz, o que importa muito pouco, depois de estúdios com acessórios capazes de fazer um mudo canta ópera. Staying Alive (Bee Gee), Heart of Glass (Blondie), Miss You (Rolling Stones), Last Train to London (Electric Light Orchestra), ou Another One Bites the Dust (Queen).
Disconova não vai acrescentar nada à sua vida, mas tampouco vai tirar. Tão transcendental quanto um saquinho de salgadinhos. Nos deixa entretidos enquanto não acaba. Em alguns momentos cai bem um disco com o único objetivo de entreter (e faturar, claro).
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