Crônica – Descobri que levo vida airada, desregrada, ociosa e que sou dado a vadiice

“As palavras boemia, ou boêmia estão corretas e existem na língua portuguesa. Podemos utilizar estas palavras sempre que quisermos referir o modo de vida de um boêmio, ou seja, uma vida airada, desregrada, sem preocupações, sendo sinônimo de vadiagem, vadiice, ociosidade, vagabundagem. Estas palavras podem significar também o conjunto de boêmios. A palavra boêmia é tida pelos dicionários como sendo a mais gramaticalmente correta, por mais se aproximar de seu étimo. Contudo, os falantes claramente privilegiam o uso da palavra boemia, sendo esta a forma mais socialmente aceita”

A definição eu peguei no Google, no site https://duvidas.dicio.com.br. Procurava tirar uma dúvida. Boemia ou boêmia, sem ou com acento circunflexo? Aprendi muito mais do que isto. Descobri que eu, e a maioria dos meus amigos, e amigas, somos pessoas que levam vida airada, dados à  vadiagem, à ociosidade, e à vagabundagem. Acho que vadiagem e vadiice são a mesma coisa. Não vou nem consultar, porque pode ser ainda pior.

Caso a definição seja verdadeira, acho que não sou boêmio, ou boemio, embora tenha gastado muito tempo nos bares da vida. Só com a turma da 7 de setembro, tem uns 35 anos, ou mais. Quer dizer, da ex-7 de Setembro, porque zarpamos de lá por volta de 2002, quando a rua virou uma feira, onde se vende de capa de celular a bago de jaca.  

Sou um falso boêmio, ou boemio, pelo simples fato de que não levo vida airada, tampouco sou vadio, muito menos ocioso. Sempre fui de labutar muito. Tem dia em que me policio pra não chegar perto de um teclado, mas não consigo. Quem gosta é a tendinite que me acompanha pela estrada a fora feito Chapeuzinho Vermelho na musiquinha infantil de João de Barros. Tendinite que é prova do quanto uso os dedos nos computadores e notebooks.

Aliás a própria frequência nos bares não é apenas lazer, também é trabalho. Quantas e quantas vezes sai do bar com uma  história ou crônica pronta na cabeça. Ou com frases lapidares ditas por algum colega, que nunca reivindicaram a autoria. Lembrei até de uma agora, que nunca usei, nem sei o motivo, porque é muito boa, meio fescenina, mas digna de reflexões: “Quando a pessoa não sabe trepar, até os pentelhos atrapalham”. Não sei mais de quem a escutei. Sei que saiu da turma de boêmios, ou boêmios, vespertinos, com os quais entorno o precioso líquido, desde tempos imemoriais, pela definição do site, um súcia de vadios, de vida airada, desregrados e ociosos.

Um comentário em “Crônica – Descobri que levo vida airada, desregrada, ociosa e que sou dado a vadiice

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  1. Teles, mais uma crônica de humor sensacional! Sua verve prosaica nos faz bem ao espírito, principalmente se ela descamba para o lado político. Até hoje eu guardo na memória uma entrevista fictícia que o Papa-Figo fez com o voc-prefeito de Joaquim Francisco, Gilberto Marques Paulo.

    Pense num escrotismo!!! Até hoje eu rio quando ma lembro, Kkkkkkkkkkkkk

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