Roqueiros que jogam no time dos caretas, mas que todos acham que pegam baratos ilegais

“Se eu fincasse um punhal no coração/e esguichasse sangue pelo palco inteiro/você gostaria/ou não daria a mínima?”, tradução livre dos versos iniciais de It’s Only Rock “n” Roll (But I Like It), de Mick e Keith. Artistas atormentados, entregues a algum vício, legal ou não, exercem fascínio em seus admiradores.  Talvez por exercerem uma liberdade pessoal desejada, mas temida, pelas pessoas ditas comuns
Na música popular, nem todos se jogam no prazer niilista e perigoso das drogas. Muita gente até outro dia achava que Caetano Veloso se jogasse. Caetano mal bebia no auge do tropicalismo, e jornalistas escreviam que Alegria Alegria teria sido composta em viagens lisérgicas. Ele até foi apelidado, pelos amigos, de “caretano”.
No rock americano, gente que se imagina ser drogonauta, é de uma caretice extrema.
Gene Simmons, aquele da língua enorme, do Kiss, nem bebe, nem nunca provou drogas ilícitas, o visual no palco leva a que se julgue que seja doidão. Se vício Gene tem é sexo.  Já faz um tempo, ele estimava ter transado com 4 mil mulheres. Enquanto Roger Daltrey foi companheiro de banda de um dos mais malucos dos roqueiros dos anos 60, The Who, Keith Moon, e de John Entwistle, apelidado “The Ox” (O Boi), pela quantidade de drogas que consumia. Daltrey nunca experimentou as pesadas, fumou marijuana uma vez e detestou. Nos seus shows pede que o pessoal da ganja fume longe do palco.
Mais inacreditável entre os totais abstêmios  é o punk Henry Rollins, nem mesmo nos tempos da Black Flag , 81 a 86,  se drogava  Antes de se profissionalizar, ele consumiu drogas, depois nunca quis saber de aditivos. Integra, inclusive, um movimento que faz a exegese da caretice. Seu barato é literatura.
No visual, na linguagem, na música, no discurso libertário, Frank Zappa (foto) tem toda a pinta de que pegava de tudo. Mas detestava drogas e álcool. No entanto foi fumante cigarros legais, mas sua morte precoce não teve a ver com o tabaco. Morreu aos 53 anos, de câncer de próstata.
Bruce Springsteen tem jeito de quem que, quando tem um tempinho, se reúne pra tomar umas carraspanas com os camaradas. Porém, nem bebe, nem fuma, e é vegetariano. Rock saúde total.
O AC/DC sofreu um baque forte, quando o vocalista Bon Scott morreu de uma overdose de heroína e álcool, em 1980. Em 1983, o baterista Phil Rudds foi “saido” do grupo por excesso de drogas. Angus Young, que formou o AC/DC, em Sidney, Austrália,  com o irmão Malcolm, com toda aquela adrenalina destilada no palco; é caretão. Nunca bebeu, fumou ou provou as substâncias proibidas que colegas curtem. Garante que pra se soltar no palco basta um chocolate com leite.
Por fim, mas não menos importante. Bruce Dickinson, do Iron Maiden, é outro roqueiro saudável. Está fora de álcool e drogas, leves ou pesadas. O que fez bem a ele e a muita gente. Bruce foi piloto da aviação comercial e, de vez em quando pilota o avião do Iron Maiden. 

(fonte: Medium Daily Digest).


   

2 comentários em “Roqueiros que jogam no time dos caretas, mas que todos acham que pegam baratos ilegais

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  1. Teles, estimado Teles,

    Essa crônica sobre os drogueiros ou não (as dúvidas perseguem as aparências), está sensacional!!

    Escreva uma segunda tecendo sobre os drogueiros tupiniquins.

    Abraçaço.

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