Echo and The Bunnymen foi uma das minhas bandas preferidas dos anos 80, das poucas de Liverpool a jogar no primeiro time do pop/rock inglês daquela década (a Flock of Seagulls e a Teardrop Explodes chegaram perto). Na época, no Brasil, o pessoal curtia mais de The Cure, New Order, The Smiths, e o som de Manchester em geral. Um amigo achava Echo and The Bunnymen uma cópia barata de The Doors. Tinha influência, até gravou People Are Stranger. Mas eram originais. O grupo distinguiu-se pelas capas primorosas dos quatro primeiros álbuns, com fotos de Brian Griffin, que estão entre as melhores dos 80s.
A Echo and The Bunnymen fez shows concorridíssimos e badaladíssimos no Brasil, sobretudo um no Canecão, no Rio, tido pelo vocalista Ian McCulloch como o melhor já feito pelo grupo. Tenho uma gravação desse shows entre os meus muitos, e desorganizados, cassetes. Solícito o vocalista Ian McCulloch concedeu longas entrevistas à TV, e o show foi transmitido, acho que pela TV Manchete (corrijam-me).
Entrevistei, nunca imaginei, Ian McCulloch, duas vezes, por telefone. A voz do cara soa igual à de Paul McCartney, talvez pelo sotaque scouser, como chamam os liverpudlians, e o inglês falado na região do rio Mersey. Foi complicado entender o que falou. Da segunda vez acho que ele facilitou. Deu pra entender boa parte da conversa.
A primeira entrevista foi em 1997, quando o grupo lançou o álbum Evergreen. Uma volta por cima da banda. Em 1987, Ian McCulloch deixou o grupo, e entrou em carreira solo. A banda continuou com o irlandês Noel Burke nos vocais. Desandou com a morte do baterista Pete de Freitas, em 1989. Voltaram em 1997, com Michael Lee na bateria (morreu em 2008).
O disco foi bem recebido pela critica, emplacou um grande hit nos primeiros lugares das paradas inglesas, Nothing Lasts Forever (com participação de Liam Gallagher, do Oasis), e mais três faixas foram bem tocadas.
Evergreen ganha, em novembro, uma edição especial ao completar 25 anos, em CD duplo e, pela primeira vez, em vinil. Trará os penduricalhos de sempre, um dos discos contêm gravações no programa do lendário John Peel. A banda voltou aos estúdios com mais material do que o necessário para completar um CD. Portanto, a edição comemorativa terá várias canções inéditas. O grupo continua na ativa, lançando álbuns nem sempre muito inspirados. Flowers (2001) é o melhor deles, uma volta ao som dos anos 80. Resta saber se a Echo and The Bunnymen ainda desperta interesse. Tem tempo que não leio nada sobre o grupo, cujo último álbum de estúdio é Meteorites, de 2014, recebido com elogios parcimoniosos, e uma leve passagem pelas paradas.
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