Vanilla Fudge dedica disco ao repertório do Led Zeppelin, mas vai além do mero cover

Pouco conhecida no Brasil, a Vanilla Fudge foi uma das bandas mais originais dos anos 60, e emplacou um megahit, em1967, com You Keep me Hangin’ On (Holland/Dozier/Holland), originalmente também um grande sucesso com The Supremes. O Vanilla Fudge deu-lhe uma roupagem de rock psicodélico ao recriar a música. Em 2017, o grupo celebrou os 50 anos, ainda na estrada, com quase a mesma formação, menos Tim Bogert (falecido em 2011). 

Música pode ser a maior diversão, pelo menos assim é o álbum Vanilla Zeppelin que, como o título indica, é o Led Zeppelin com roupagem à Vanilla Fudge. Claro, não é um disco que vá revolucionar a música contemporânea, nem tampouco acrescenta muito à obra do grupo inglês, extinto em 1980. Mas é divertido e mais inventivo do que as dezenas de Led Zeppelin cover, ou mesmo o Dread Zeppelin, que colocou dreadlocks na música do LZ na levada sincopada do reggae.

Mas não é o primeiro disco que o VF dedica ao repertório de LZ. Em 2007, lançou Out Through the In Door, também com 12 canções moldadas ao som do grupo. Ambos não se tratam de mero tributo, No início da carreira o baterista John Bonham, do Zeppelin, foi influenciado pelo baterista do Vanilla Fudge, um dos grandes no instrumento, Carmine Appice. Aliás, um dos clássicos do hard rock dos anos 70 foi o trio Beck, Bogert & Appice. O Beck, claro, é Jeff Beck. Além do que, o Led Zeppelin, em primeira viagem, em 1969, abriu shows do Vanilla Fudge, em turnê pelos EUA.

E mais um detalhe que ninguém leva em conta. Quando se escuta Rock and Roll, com o VF, a gente se dá conta de que a levada à Chuck Berry tem tudo a ver. Afinal, os ingleses fizeram sua versão adaptada do rock and roll, mas a música é americana, como são os integrantes do Vanilla Fudge, que são da geração imediatamente seguinte à dos pioneiros do gênero (Appice é tão bom, que o instrumento solo da música é sua bateria). Vanilla Zeppelin é a música do Led Zeppelin com a cara do Vanilla Fudge. Quer dizer, nem sempre, Trampled Underfoot, do álbum Physical Graffiti, segue o mesmo arranjo do original, e aí perde a graça.    

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