Juvenil Silva entre o intimismo e a psicodelia no seu quarto álbum Um Belo Dia Nesse Inferno

l

Juvenil Silva é um dos músicos mais inquietos da cena musical recifense. Inquieto e atuante. Está sempre aprontando alguma, seja com o coletivo Avoada, que lançou disco recentemente, com o Dunas do Barato, e solo, como fez hoje ao mandar pras plataformas de música digital, Um Belo Dia Nesse Inferno, seu quarto disco. São dez faixas com clima onírico, folk, pautando-se pelas influências de nomes como Belchior, Lula Côrtes, Bob Dylan, Syd Barrett, Flaviola, Nick Drake.

Portanto um disco basicamente acústico, destacando-se entre os instrumentos o tricórdio que trilhou muitos caminhos com Lula Côrtes desde os idos da década de 70. Ele abre a faixa mais psicodélica do álbum, Desoriente, das poucas com guitarras na pedaleira. Juvenil ainda é dos que privilegiam melodias, e trabalha letras, alguma muito boas, como a Estamos Numa Encruzilhada, que descreve em cores fortes, o cotidiano da cidade.

Juvenil comentou Um Belo Dia Nesse Inferno, num texto para divulgação:

“Pra mim é muito importante finalmente lançar esse disco, que comecei a gravar há mais de dois anos e que, por conta da pandemia e do envolvimento com tantos outros projetos, demorou tanto. Mas a demora é bem maior que isso. Um belo dia nesse inferno seria o título do meu primeiro disco, em 2013, que acabou se tornando Desapego. Mas não é só sobre o título, o conceito também, uma vez que eu queria ter lançado algo mais intimista e menos rock, mas acabei me inclinando por um caminho mais agitado lá no início dessa minha empreitada”.

Mas até que o intimismo prevalece, em baladas como Deixe-se ou Pra Gente Passear na Cidade, esta última reforçada com um belo arranjo. Em Recife quando chove/os corações transbordam nas bocas de lobo no chão/na resistência de uma velha conquista/o tabuleiro da maldade nos persegue/e eu me sinto só”, versos da dylaniana Música de Repúdio. A música que dá título ao álbum também é suave, reflexiva, mas como quase todas as faixas tem também o pop na dosagem certa.

Juvenil Silva é autor de todas as dez faixas, com parcerias em Objeto afetivo, com Guilherme Cobelo (Joe Silhueta) e Noites sem futuro, com Evandro Negro Bento. E entre outras, participações de Régis Damasceno (Cidadão Instigado) , programações, Lucas Gonçalves (Maglore) violão, Pedro Huff, violoncelo, Bonifrate (Ex-Supercordas), teclado e viola de 10, D Mingus, flautas e programações. O álbum foi gravado no Estúdio Malunguim. A capa é ilustrada por um retrato do cantor, pintado pelo olindense Gilvan Correia.

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

Crie um site ou blog no WordPress.com

Acima ↑

%d blogueiros gostam disto: