O clipe de Every Breath You Take, do trio inglês The Police emplacou 1 bilhão de visualizações no Youtube. A música completa 40 anos em 2023. O vídeo está disponível há 12 anos. É o sétimo da década de 80 a alcançar esta marca. E o 225º no cômputo geral na plataforma Spotfy.
The Police foi uma das bandas mais aclamadas daquela década, de crítica e publico. Vendeu 75 milhões de discos, ganhou todos os prêmios possíveis, Grammy a Rock and Roll Hall of Fame.
O trio, formado por Sting, Andy Summers e Stewart Copeland, terminou no auge do sucesso, em 1984, com Every Breath You Take no topo das paradas nos principais mercados musicais do planeta. Curioso é que, apesar de toda popularidade que desfruta até hoje, The Police, conhecido mundo afora, tem apenas, 1,5 milhão de seguidores no Youtube, bem menos do qualquer cantor sertanejo bem sucedido.
Every Breath You Take ratifica que as pessoas não se ligam nas letras das canções. A da canção do Police é o que considera se hoje machismo tóxico. Um cara obcecado pela ex, vigiando cada passo que ela dá, cada sorriso, cada regra que quebrar, tudo, enfim, que fizer. Avisa que está de olho nela, e pergunta: “Por que você não entende que me pertence”?
OUTRAS
Claro, precisa-se contextualizar o tempo em que a música foi composta. Mas mesmo assim, ainda se sobressai o sentimento possessivo exagerado, que é muito presente na música pop. Esse Cara Sou Eu, de Roberto e Erasmo, é uma espécie de corolário de Every Breath You Take, com a diferença de que o cara continua com a moça, porém mal deixa espaço para ele respirar. No meio do sono, ela é acordada pelo namorado, que liga pra dizer que a ama. Roberto tem outras. Duas, ao menos, nos anos 60, É Meu, É Meu, É Meu e Ciúme de Você. A primeira descreve um sujeito possessivo. Tudo o que há na amada lhe pertence. A segunda extravasa um ciúme doentio: “Esse telefone que não para de tocar/Está sempre ocupado/quando eu penso em lhe falar/Quero então saber logo quem lhe telefonou/O que disse, o que queria e o que você falou/Só de ciúme, ciúme de você/Ciúme de você, ciúme de você”.
No entanto, Every Breath You Take é até amena diante de Run For Your Life, apenas de John Lennon, assinada com McCartney. Um canção que ele detestava. Em várias entrevistas, lamentou tê-la composto, e pior, gravado com o grupo, Run For Your Life (do álbum Help), grosso modo, “Corra pra não morrer”, que ganharia fácil se houvesse um troféu Lei Maria da Penha musical, uma ameaça pop de feminicídio:
A letra:
Bem, eu prefiro te ver morta, garotinha
Do que com outro homem
É melhor você ter juízo, garotinha
Ou fico fora de mim
É melhor você correr pra não morrer, se puder, garotinha
Enfie sua cabeça na areia, garotinha
Te pego com outro homem
e será o fim da linha, garotinha
Bem, você sabe que eu sou um cara mau
E eu nasci com uma mente ciumenta
E eu não posso passar minha vida inteira
Tentando fazer você andar a linha
É melhor você correr pra não morrer, se puder, garotinha
Enfie sua cabeça na areia, garotinha
Te pego com outro homem
Será o fim da linha, garotinha
Isto é um conselho, garotinha
quis dizer tudo o que eu disse
Amor, estou determinado
E eu prefiro ver você morta
É melhor você correr pra não morrer, se puder, garotinha
Enfie sua cabeça na areia, garotinha
Se te pego com outro homem
Será o fim da linha, garotinha
Choquei.
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claro, o cara pode estar descrevendo um maluco, como se faz nos cinema. Não significa que seja ela. Mas tem doido que pode ser influenciado
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