Wander Wildner contas suas traquinagens enquanto punk brega, indo de passagem de som do Nirvana às noitadas no Recife na era manguebeat

O livro cuja capa mostro na foto chama-se Aventuras de Um Punk brega, do gaúcho Wander Wildner, com ilustrações de Allan Sieber, publicado pela Yeah Discos Livros & Bugigangas. Wander Wildner foi vocalista de Os Replicantes, que gravou alguns dos discos fundamentais do rock brasileiro, sobretudo os dos anos 80.

Um texto leve, que via dos bastidores de festivais feito o Hollywood Rock, edição de 1993, aquela que teve o Nirvana: “Quando cruzei com Kurt Cobain na estreita passarela que desce do palco, ele estava cabisbaixo, parecia sonolento, mas obviamente era por causa do horário. Alguns minutos depois, quando o Nirvana começou o seu sound check in, eles tocaram o repertório de In Utero, que ainda iam lançar, e foi impressionante ver a força daquele cara no palco.

Aventuras de um Punk Brega é um pouco a história do rock gaúcho, na efervescência dos anos 80, do rock brasileiro nos 90, com uma esticada a Pernambuco na mesma década. Wander Wildner que trabalhou um tempo na equipe de Alceu Valença, durante a turnê do álbum Anjo Avesso (1983).  Anos depois viria ao Recife na sua primeira turnê solo:

“Quando pesquisei sobre os locais mais interessantes para shows no Nordeste, o primeiro que fiquei sabendo foi a Soparia, no Recife, de um tal Rogê. Entrei em contato com ele, me apresentei e perguntei se podíamos tocar lá, e Rogê disse, na lata, que sim, que a casa estava aberta para nós (…). Wildner conta sobre as noitadas na Soparia, quando viu pela primeira vez a Comadre Florzinha. Mais adiante relata sua participação no Abril pro Rock, e o relacionamento estreito com o Recife. Na primeira vez que veio para se apresentar na Soparia, Wander passou um mês, na casa de Roger de Renor (que ainda morava com os pais), ele detalha no livro a descoberta da capital pernambucana

Um livro gostoso de ler, divertido e informativo. Altamente indicado por este aprendiz de influencer que vos tecla. Aliás, entrevistei Wander para o livro que ora preparo sobre a Soparia, músicos e pessoas daquela época em que o Recife encontrava-se em ebulição.

(na foto, o que vos tecla, com um sorriso delineando-se nos lábios)