“Vinícius de Moraes, pouco tempo antes de morrer, estava num bar – o Barbas – sendo entrevistado por uma jovem e inconsequente jornalista que, enquanto dava um tapa num baseado, perguntou-lhe: – Poeta, você está com medo da morte? No que Vinícius, indiferente ao constrangimento geral que se fez à sua volta, respondeu, serenamente:
– Não, filhinha, estou é com saudade da vida.”
O episódio é contado por Carlos Lyra, em seu site oficial (carloslyra.com). Domingo de sol é um bom dia pra uma cerva gelada, reouvindo a música de Vinicius de Moraes (sozinho ou com parceiros). Os gringos, mais interessados em reverenciar o aniversário de 60 anos do histórico concerto da BN no Carnegie Hall, lançaram duas coletâneas celebrando Vinicius. .

Um se chama The Poet of Bossa Nova Sings (RevOla), o outro Vinicius de Moraes: The Poet of Bossa Nova (Aquarela do Brasil). O primeiro tem o título na contracapa. Acapa limita-se à foto de uma moça de maiô,e uma piscina ao fundo, estereótipo empregado em boa parte dos discos de bossa nova lançados no exterior, provavelmente porque o maior sucesso da BN é Garota de Ipanema. O repertório contempla todas as fases de Vinicius chegando até a fase com miúcha e Toquinho.
O segundo não apenas tem ótima capa (que ilustra a postagem), como um bem escrito texto no encarte, e conteúdo musical mais interessante. São 29 faixas, com vários intérpretes, do óbvio João Gilberto, passando por Elizeth Cardoso, as menos lembradas Ana Lúcia ou Lenita Bruno, mas Luiz Bonfá, Carlos Lyra. E ainda, Alaíde Costa, Jon Hendricks, Os Cariocas, e grande elenco. Fonogramas produzidos entre 1957 e 1962.
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