Marrocos só me lembra chá de menta. Devo ter tomado umas cem chávenas de chá de menta no dia em que cheguei lá, em agosto de 1994. Não sei se era o Dia Nacional do Chá de Menta, ou se os marroquinos são viciados em chá de menta. Mas onde eu entrei me tocavam um xícara de chá de menta, com açúcar até umas horas. Não gosto de chá, nem mesmo o de cogumelo. Meu temor de morrer, e haver céu, é eu ir pra lá (o que acho meio difícil), e passar a eternidade tomando chá. É claro que não servem Heineken no céu, mas capaz de tocarem música peba, que é o que toca no mundo inteiro.
O Marrocos é a sensação da Copa, e não me lembro de ver nada por lá relativo a jogo de bola. Aliás o pessoal quando fala que Marrocos é África parece que acha que fica no meio da mata, com leões rugindo pelas ruas, querendo devorar girafas e orangotangos. Tem muita cobra. Mas com encantadores de serpentes que se exibem pra turista tabacudo (com perdão da redundância. Eles tocam flauta e a cobra se estica, faz mneios com o corpo, como se estivesse dançando a dança do ventre. Só que cobra, salvo engano, que vivo salvo enganando-me, é mouca.
Marrocos é África do Norte, mas fica parede meia com a Europa. Acho que a viagem, por ferryboat, de Algeciras, na Espanha, até a marroquina Tânger, dura uns 50 minutos.
Cismei de ir pra Marrocos por culpa do escritores da geração beat, dos Rolling Stones, que se esbaldaram por lá e, claro, Casablanca, o filme com Humphrey Bogart e Ingrid Bergman.
Se for ao Marrocos, e a Casablanca, se prepare pra não encontrar aquele clima romântico do filme, nem Sam ao piano tocando As Time Go By. Casablanca é uma cidade grande, de prédios altos, com uma horda de malas que não sossega enquanto não arrancar algum dinheiro de um turista abestalhado (novamente, perdão pelo pleonasmo). São os guias. Aconselho a aceitar logo ser guiado. Caso seja recusada, a matilha de guias lhe seguirá, implacável, desejando-lhe as sete pragas do Egito, e desgraças afins.
Depois de aceitar um guia, prepare-se pra encarar roubadas. Ele vai te levar pra bazares, onde os comerciantes vão tentar fazer com o turista alesado (mais uma redundância) lhes compre alguma coisa, nem que seja uma miniatura de um pente de osso de camelo. Enquanto pechincham, haja chá de menta.
Depois do circuito de bazares no casbah, te arrastam pra uma praça onde se toca música árabe, que se mistura com as flautas dos encantadores de serpentes, que lhe cobram pra tirar foto segurando a cobra dele. Comigo, não violão. Não seguro em cobra nem que me paguem, quanto mais pagando.
Me livrei do guia depois do périplo roubada, e dei mais umas moedas pra que ele me levasse até um lugar onde se vendesse cerveja. Ali perto tinha um bar. Não sei como se chamava, o nome tava escrito em árabe. Mas deveria ser Bar Paraíso. A cerveja muito mais ou menos, mas pelo menos não era sabor menta . Aliás, quem sabe se o chá de menta não é o segredo do bom desempenho dos marroquinos nesta Copa?
Já estou prá lá de Marrakche grata pelas gaitadas/ quase mouca- desejosa Adoniram/cd? M.Salmaso+CB, Luiz respeita Januário(forrózão q.dancei/Eva(eu) c/Adão(Mar de Estórias/ouro em pó q.trouxe de Minas) delícia ler vc/lembrei livro infantil/seu p/(filho?)parou!! Bom Natal! SPaden(cerveja q.gosto+)2023 Paz e muitas lutas pelos nossos projetos…dweras
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