Djair de Barros e Silva, ou melhor, Novelli, um grande músico recifense ignorado por sua cidade natal

O contrabaixista, compositor e produtor Djair de Barros e Silva completa 78 anos nesta sexta-feira, 20 de janeiro do ano da graça de 2023. Ele foi um dos músicos mais requisitado do país entre as décadas de 70 e 80, sócio de carteirinha do Clube da Esquina, não apenas como músico, mas também como compositor. Uma composição sua batiza um dos mais elogiados discos de Milton Nascimento. Mas Djair não se limitou ao coletivo mineiro. Tocou com praticamente todos os grandes nomes da MPB. Com Chico Buarque, de quem é parceiro, por exemplo, foram oito anos. Está numa miríade de álbuns clássicos, a exemplo do Gal a Todo Vapor.

Como compositor assina, geralmente com parceiros, mais um balaio de clássicos da MPB.  Azimuth, a música que deu nome ao grupo, é parceria dele com Marcos Valle. Pigmalião, sucesso de Evinha, em 1970 (com diversas regravações na época), é parceria sua com Marcos e Paulo Valle. A faixa que dá titulo ao álbum Minas, de Milton Nascimento (1975) foi composta Djair, também autor (com Ronaldo Bastos), de Minas Gerais, do álbum Geraes, lançado por Milton em 1976. Linha de Montagem é sua parceria com Chico Buarque. Seu parceiro mais constante é o poeta Cacaso.

Foi gravado por Amelinha, Marcos Valle, Simone, MPB-4, Edu Lobo, Taiguara, Tom Jobim, Miúcha, Boca Livre, Ana de Hollanda, Azymuth, Airto Moreira, Luiz Melodia, João Nogueira, Francis Hime, Elba Ramalho, Nana Caymmi, Carlinhos Vergueiros, Alaíde Costa, Djavan, Flora Purim, e grande elenco.

Não caiu a ficha? Talvez o nome artístico de Djair leve a ficha a cair: Novelli. Nascido no Recife, criado em Garanhuns, e esquecido por ambas as cidades. Nos 30 anos do FIG, só tocou na cidade onde cresceu uma vez, mesmo assim como acompanhante. Aliás, o “Novelli” vem do nome do grupo em que tocou, nos anos 60, em Garanhuns: Nouvelle Vague. Embora tenha saído bem jovem do Recife, Novelli contribuiu com pelo menos uma trinca de clássicos para a música pernambucana. São dele os frevos Pelas Ruas do Recife (com Marcos e Paulo Sérgio Valle), Frevo Novo (também com os irmãos Valle), e ainda com Reis e Rainhas do Maracatu, lançado por Milton Nascimento e Azymuth (no Clube da Esquina 2).

Discos

Novelli só gravou um álbum solo, Canções Brasileiras (1984), por um selo francês. Divididos com outros músicos participou de Beto Guedes, Danilo Caymmi, e Toninho Horta (1973), e de Naná Vasconcelos, Nelson Ângelo e Novelli (1975). Duas raridades. O segundo será relançado pelo selo alemão, de Berlim, Altercat em março.

A foto de Novelli que ilustra a postagem é da capa do disco Canções Brasileiras, e assinada pelo também recifense Cafi.

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