Janis Joplin 80: Esnobada e consagrada no festival Monterey Pop em 1967

JANIS

Quando Janis Joplin participou do Monterey Internacional Pop Festival, o Monterey Pop, em junho de 1967, na California, já era popular na região de San Francisco, mas ainda um sucesso paroquial. Jefferson Airplane, Grateful Dead, Country Joe McDonald, Janis Joplin and The Holding Company foram contratados para o festival porque a cena psicodélica de San Francisco começava a atrair atenção das gravadoras. O Jefferson Airplane já emplacara um hit nacional, com White Rabbit.  

A programação do Monterey Pop teve muito mais atrações do que é visto no filme. Foram preteridas pelo diretor D.A Pennebaker, que dirigiu o elogiado documentário do festival. Ele estava com o orçamento curto, sem película suficiente para registrar todos os shows. Entre os que figuravam na sua lista para não aparecer no filme estavam Johnny Rivers, Moby Grape, The Association, The Paupers, e Janis Joplin and The Holding Company. Desses, apenas Johnny Rivers era bem conhecido, mas um outsider na estética riponga do festival, realizado em pleno “verão do amor”, quando os hippies se tornaram um fenômeno cultural.

Com Jimi Hendrix, também ainda pouco conhecido dos americanos, Janis Joplin foi a grande estrela do Monterey Pop. Teve o talento imediatamente reconhecido naquele palco. Sua apresentação aconteceu no sábado, 17 de junho, que não foi documentada pelas câmeras de Pennebaker. Janis Joplin causou surpresa e espanto, ao cantar blues como nunca se vira uma branca fazê-lo. Foi aplaudida freneticamente de pé.

A cena de Mama Cass, vocalista da The Mamas and The Papas, literalmente, boquiaberta com a performance de Janis é uma das mais comentadas do filme. Mas não foi apenas ela que se boquiabriu. D.A Pennebaker também. Comentou com um assistente que seria Janis Joplin o trunfo do doc. Ia sugerir que ela voltasse a cantar no dia seguinte.

Porém, surgiu um entretanto. Só quem recebeu cachê foram os artistas consagrados. Os demais se apresentaram de graça, com direito a comida e hotel. Parte das bandas de San Francisco se recusou a liberar imagens para o filme, Grateful Dead e Moby Grape. A Jefferson Airplane e Country Joe and The Fish aceitaram. Julius Karpens, empresário da Janis Joplin and The Holding Company também se opôs a liberar.

Aliás, a banda não poderia ter escolhido um empresário igual a ele. Julius Karpens era um beatnik, careca, míope, que dirigia um carro funerário, era conhecido em San Francisco como Green Julius, pela quantidade de maconha que consumia. Só aceitava discutir contratos com produtor que fumasse com ele. Houve um racha na banda. Parte não queria estar no doc. Janis Joplin queria. Para mais uma apresentação, filmada, ela recorreu a Albert Grossman, então o empresário mais bem sucedido no rock e folk: Bob Dylan, Peter Paul and Mary, Richie Havens, Electric Flag, The Band.

Mas nem seria necessário. D.A Pennebaker é quem recorria a John Phillips (do Mama and The Papas, produtor do festival), para que Janis Joplin and The Holding Company tocasse no domingo. Janis ainda perguntou a Albert Grossman se deveria mesmo voltar a cantar no dia seguinte. Ele disse que sim. Julius Karpens inconformado foi embora pra San Francisco. Grossman seria o novo empresário da cantora e da banda.

No final da tarde de 17 de junho de 1967, depois do concerto de Ravi Shankar, Janis Joplin e a banda se superaram, foram mais aclamados do que no sábado. Na segunda, 18, Janis estava consagrada. Fez história. Tornou-se uma estrela.

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

Crie um site ou blog no WordPress.com

Acima ↑

%d blogueiros gostam disto: