Soube de Nêgah Santos ao escutar Phoenix da saxofonista americana Lakecia Benjamin, do qual ela participa. Bateu curiosidade, porque a percussão brasileira exportada é em sua quase totalidade masculina. Nêgah Santos, sem chamar atenção da imprensa compatriota, já tocou com alguns dos maiores nomes da música contemporânea americana. A começar pelo badalado pianista Jon Batiste, passando por Esperanza Spalding, Diane Reeves, Nona Hendrix, Al Jarreau, Sheila E, Meshell Ndegeocello.
Nêgah Santos foi menina na periferia de São Paulo, num projeto social aprendeu música, e conseguiu ingressar na Escola Tom Jobim – Emesp na Estação da Luz, daí para uma bolsa integral na Berklee College of Music, em Boston, em 2015. Mas antes de se estabelecer nos EUA, ela tocou com muita gente boa no Brasil. Entre outros, Joyce, Marcos Valle, Jorge Aragão, Alcione, Falamansa, Sandra de Sá,Toni Tornado.

Mas o que me surpreendeu em Nêgah Santos nem foi seu talento na percussão, e sim no forró. Em novembro ela lançou o EP, com seis faixas, Forró da Nega, o melhor que ouvi no gênero nos últimos tempos. Tem pouca informação sobre ela na web, mas pelo sotaque deve ser filha de nordestinos, e domina com maestria a linguagem do forró.
Nêgah Santos, que compôs e arranjou todas as músicas, é acompanhada por músicos americanos e brasileiros, ei-los: Ben Rosenblum (acordeom, backing vocal), Everton Isidoro (percussão, backing vocal), Gustavo DiDalva (percussão, backing vocal), Itaiguara Brandão (contrabaixo), Wesley Amorim (violão, guitarra e bandolim).
Forró da Nêgah é forrobodó na vera, variando de ritmos, mas focado no coco e no xaxado, muito bem tocado, e cantado, que Nêgah Santos tem voz privilegiada. Uma ótima surpresa. Aviem, ouçam-na, o disco está no Spotify.
Cumpade Teles,
Escreva uma matéria no seu excelente site sob o paradeiro do extraordinário pagodeiro João do Morro, talvez um dos mais sátiros e criativos pagodeiros das nossas paragens?
Como magistral cronista musical e cronista do frege musical, escreva sobre e grande poeta do morro recifense como fez com o extraordinário Martins;
Agradeço antecipadamente a matéria.
E o maestro Forró, onde se encontra?
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