João Santiago e os 50 Anos do Bloco Batutas de São José, é o mais recente relançamento do acervo da Rozenblit a chegar ao canal da gravadora no youtube e plataformas de streaming.. De janeiro de 1983, o LP é uma homenagem aos 50 anos do clube, nascido em 5 de junho de 1932 (completou 90 anos em 2022). O álbum teve à frente o compositor João Santiago e Edmar Lopes, que assina a produção.
João Santiago dos Reis foi um dos mais importantes compositores de uma época em que o frevo era a música que predominava no carnaval pernambucano, mesmo com as grandes gravadoras do Sudeste batendo forte com marchinhas e sambas cariocas. Sua obra entrelaça-se com a do Batutas de São José.
Em 1982, O Batutas, que funcionava no Cais de Santa Rita, era um dos clubes mais badalados do Recife, frequentado por intelectuais e pelo povão. Ali aconteciam festas como o Baile dos Artistas, ou uma badalada Quinta-feira Gorda. Assim o disco foi muito bem recebido, e tocado nas emissoras de rádio.
O repertório é quase inteiro de João Santiago. Uma única faixa não é dele, Regresso dos Batutas de São José, composta por Augusto Bandeira, um dos fundadores do clube. Parte dos frevos contam episódios acontecidos no Batutas. Um desentendimento pelo arrendamento do bar na sede da agremiação rendeu duas músicas, Vou com Valdemar e Convença-se, respectivamente, de 1958 e 1960.
Personagens importantes do clube foram homenageadas por João Santiago. Integrantes da ala feminina em O Adeus de Lia, Edite no Cordão, e Querida Zezé. O citado Augusto Bandeira em A Vitória É Nossa, o barbeiro Osmundo, veterano, exímio, tocador de reco-reco na orquestra do clube, em Reminiscências. Uma das faixas daria nome, anos mais tarde, a um dos blocos contemporâneos cultuados do Recife, o Escuta Levino, título de um frevo de Santiago que homenageia o compositor Levino Ferreira, falecido três anos antes.
Sabe Lá o que É Isso, o frevo mais conhecido de João Santiago, está em 50 Anos do Bloco Batutas de São José. É música obrigatória no repertório do carnaval pernambucano, no entanto, curiosamente, composta em 1962, só foi gravada onze anos mais tarde, pelo Quinteto Violado e Zélia Barbosa, no álbum Música Popular do Nordeste (1973). Esse frevo é também conhecido como o Hino de Batutas.
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