Burt Bacharach, falecido nesse 8 de fevereiro, era ainda um compositor emergente, quando começou a trabalhar com a cantora alemã Marlene Dietrich em 1956, uma parceria que se estendeu durante cinco anos, quando ele decidiu se dedicar apenas à composição. Em julho de 1959, Bacharach veio pela primeira vez ao Brasil, acompanhando Marlene Dietrich, que fazia uma turnê sul-americana, com meia dúzia de apresentações no Golden Room, do Copacabana Palace.
Foi aí que o baião entrou na música de Burt Bacharach, como entraria na de outros compositores americanos contemporâneos dele. Ilustre desconhecido, Burt Bacharach chamava mais atenção pela aparência, muito bonito, muito alto, muito simpático e muito mulherengo. Marlene Dietrich cooperava com seu pianista, entrando com a moça no hotel, e levando-a ao quarto do músico. Nas horas de folga, ele caminhou pelo Rio, chegou a visitar alguns morros, e a se apaixonar pelo baião, àquela altura, já ameaçado pelo rock and roll e a bossa nova.
Em sua autobiografia My Life and Music – Anyone Who Had a Heart (escrita com Robert Greenfield), Bacharach fala sobre o gênero musical criado por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira: “Foi a primeira vez que escutei a batida do baião. Em que uma é seguida por uma pausa, uma batida então duas meias batidas. Phil Spector usou em Be My Baby, Jerry Leiber e Mike Stoler em There Goes My Baby, está também em Any Day Now, uma música que fiz com Bob Hilliard, e Chuck Jackson gravou”.
A batida do baião contagiou os compositores que trabalhavam na linha de montagem de canções nos prédios 1619, o Brill Building, e 1659 da Broadway, recheados de editoras musicais. Nomes que iam de Carole King, a Leiber & Stoler, Gerry Goffin, e o próprio Bacharach, que começou n 1619. Colaram a batida nordestina com o rhythm and blues. Stand by Me, por exemplo, é um rhythm and blues infectado com baião. De Burt Bacharach o baião é bem claro em Do You Know the Way to San Jose?
(Foto: Burt Bacharach e o parceiro Hal David agradecem por um dos três Oscars que ganharam)
Essa é novidade pra mim. Ficou muito bom. Parabéns a vc por lembrar desse que foi um dos maiores compositores do mundo
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valeu
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e teve influencia de Seu Luiz
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Fantástico, Burt Bacharach não era desse mundo, tamanho era seu talento!🙏🙏🙏
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Fui criado ouvindo Burt Bacharach, Ray Conniff, Paul Mauriat, Erlon Chaves e Henry Mancini (e também Luiz Gonzaga, Pinduca, Miltinho, Os Incríveis, The Pop’s e toneladas de trilhas sonoras de western spaghetti – meu pai era um homem eclético em termos de música). Mais um grande músico que se vai, um artista que marcou época e fez história.
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eu só passei a gostar de Ray Conniff quando li a biografia de Burt Bacharach, que faz os maiores elogios a Conniff
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