O Coco Raízes de Arcoverde se apresenta nesta terça-feira, no Som na Rural, de Roger de Renor e Niltinho Pereira, cuja programação começa a partir das 17h, mesclando a cultura popular com MPP (Música Popular Pernambucana, urbana). O grupo de Arcoverde abre hoje o Palco Novo Cais, nome oficial do polo, que funciona pertinho do Armazém do Campo, na Martins de Barros.
Nos idos de 2000, o Coco Raízes de Arcoverde atraiu atenção para sua cidade, e levou muita gente ao São João de lá, que se tornou, infelizmente por pouco tempo, uma alternativa aos festejos juninos que privilegiavam sertanejos pop e bandas de fuleiragem. Mas foi bom enquanto durou.
Naquele ano o Coco Raízes de Arcoverde teve lançado seu álbum de estreia, um projeto que teve participação de muita gente na sua feitura, o que resultou num disco esmerado, e que fez o grupo reconhecido além de Pernambuco, circulando pelo Brasil e exterior. Mas as origens do coco remontam a décadas anteriores. Criado por Lula Calixto (que faleceu em 1999, aos 57 anos).
O grupo nasceu em 1992, tendo Luiz Calixto à frente, mais integrantes das famílias Gomes e Lopes. começou a ser conhecido fora de sua região em 1996, no auge do manguebeat, quando houve um impulso à cultura popular inédito em Pernambuco, por tornar estas manifestações e seus brincantes como protagonistas, não apenas como fonte de inspiração. Não por acaso, foi nesse mesmo ano que Dona Selma do Coco foi uma das atrações do Abril pro Rock.
O grupo fazia um estilo de coco diferente. Empregando Ganzá, surdo, triângulo e pandeiro, o Raízes de Arcoverde reforçava a percussão com batendo forte no chão com tamancos de madeira. Seu coco de trupe trazia vários elementos embutidos, e diversos passos. Coroando o batuque com vocais afinados.

Menos badalado, mas bastante atuante, o Coco Raízes de Arcoverde teve, finalmente, seu disco de estreia lançado nas plataformas de música para stream. O disco chega em boa hora. O CD, com produção executiva da África Produções, direção musical de Tony Dias, tornou-se raridade, item de colecionador.
Foi durante uma circulada por São Paulo, numa parceria com o produtor cultura Leandro Toledo (de Sorocaba), que fez o processo de inclusão digital do grupo:
“Em um dos nossos encontros, o mestre Assis Calixto mostrou que o Coco Raízes de Arcoverde não tinha perfil oficial nas plataformas de streaming, então foi aí que decidi ajudar nesse processo. Daí pra frente, a gente começou a fazer a programação de montagem. Juntei as informações e programei a arrumação do perfil do Coco Raízes”, conta Leandro Toledo.
Isto posto, assistam nesta terça-feira de carnaval, ao Coco Raízes de Arcoverde, e curtam o disco que já está disponível em plataformas como a Spotify.
Deixe um comentário