Nos quatro primeiros discos, acreditem, Elton John recebia banhos de elogios de publicações alternativas, Rolling Stone, Creem, ou dos jornalões musicais ingleses New Musical Express, ou Melody Maker. “Honky Château é um álbum rico, acolhedor, numa posição bem acima do atoleiro e quem se meteram os atuais lançamentos, e foi bem sucedido em derrubar os Stones do topo das paradas em apenas três semanas. É musicalmente mais variado, emocionalmente menos forçado, e poeticamente mais lúcido do que Tumbleweed Connection”, escreveu, no jornal Rolling Stone, um dos mais importantes críticos americanos, Jon Landau (depois produtor de Bruce Springsteen), comparando-o a outro elogiado álbum de Elton John, de 1970.
Honky Château é o quinto disco de Elton John, foi incluído entre os 500 melhores discos de todos os tempos, num listão da citada Rolling Stone. Em 1972, um disco de rock em que tinha o piano como protagonista era transgressor. Desde o Cream, as bandas vinham caprichando no aumento dos decibéis. Neste ano, o Led Zeppelin chegou ao topo como a banda mais zoeira do mundo, e os Rolling Stone foram ungidos como a melhor banda de rock do planeta. O grande sucesso de Honky Château foi Rocket Man e Honky Cat, ambas perduram como frequentadoras do repertório das turnês de Elton John. Porém tem faixas até mais interessantes, feito Hercules, um rock, meio blues, acelerado.
Os 50 anos do álbum são celebrados com uma edição estendida, com 27 faixas (no original são dez), um disco duplo. O meio século de lançamento leva às gravadoras a correrem aos arquivos para faturar com a efeméride. Quase sempre sem acrescentar nada ao álbum. É o que acontece em Honky Château. As faixas extras só interessam aos fãs de carteirinha de Sir Elton John. E se for de carteirinha, deve ter estas 17 gravações a mais em bootlegs, ou discos piratas, como se diz por aqui.
Aliás, o surto de tantas caixas lançadas com o advento do CD, foi uma trincheira contra a pirataria de LPs de material conseguido de maus funcionários de gravadoras. A série Anthology, dos Beatles, praticamente pôs fim às gravadoras que enriqueciam com o rico filão de tapes do quarteto inglês. Elton John foi bem menos pirateado. Mas as gravadoras prestam a homenagem porque agora exploram outro filão, o do LP como objeto de desejo, que pessoas fissuradas por vinil consomem, sem se importar com o preço salgado.
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