Pessoas me sugerem que eu poste no blog, ou mídias sociais, listas de dez mais e melhores discos, disso ou daquilo, músicas, músicos e afins. Uma bobagem típica da superficialidade de informações da web. Agora mesmo vejo aqui uma lista com os cinco maiores guitarristas de todos os tempos. Entra Chet Atkins nessas listas? Raramente.
E entre brasileiros? Bola Sete foi melhor do que Pepeu Gomes? Bola Sete, na minha humilde opinião, foi o melhor guitarrista da história do instrumento no Brasil, além de pioneiro. Já mandava ver na guitarra nos anos 50. É pouco lembrado por cá. Foi pros Estados Unidos no começo dos anos 60, viveu lá até o final da vida, em 1987. Morreu com apenas 63 anos. Em 2023 completaria cem anos.
Já vi, ao vivo, muitos guitarristas, mas o único que me impressionou foi Larry Coryell, em Salvador, acho (tô na fase do acho). Tocava como quem assoviava, sem esforço. O cara parecia conhecer de cor cada centímetro da guitarra. Um que é frequentador dessas listas é Keith Richards, realmente muito bom, mas como estilista. Mais ou menos o que foi Jimi Hendrix. Hendrix que, além de estilista, foi um explorador da guitarra, ia nela aonde ninguém pensava em ir, aproveitava até os sons que outros considerariam problemas técnicos. Está para a guitarra assim como Naná Vasconcelos pro berimbau.
Entre os brasucas, considero Robertinho do Recife o melhor de sua geração, sobretudo pelo uso funcional da guitarra. Ele a adapta a qualquer gênero que toca, e com extrema habilidade. Dos, relativamente, recentes, Andreas Kisser, Lúcio Maia, e Renato Bandeira (Spokfrevo Orquestra). Me lembra a precisão de Heraldo do Monte, também pernambucano e recifense.
Jeff Beck dizia que não gostava de guitarrista que tocava como quem datilografava. Acho um saco guitarristas feito Yngwie Malsteem, ou datilógrafos assemelhados. Claro, é uma questão de opinião. Assim como uma paisagem não é igual para duas pessoas, assim são os solos de guitarra.
Aí me pergunto me pergunto qual o solo mais impactante que já escutei. Me vem, imediatamente, o de David Spinozza (o cara da foto) em Aisumasen (I’m Sorry), faixa de Mind Games, de John Lennon, que está inteirando 50 anos, é de 1973. Um solo que percorre caminhos imprevisíveis, e termina ainda mais imprevisível, abruptamente. Depois deste, me vem Mark Knopfler em Sultans of Swing. Um solo meio banalizado, porque músicos de barzinhos aprenderam, e solam pra se amostrar, e agradar à torcida. Ximbinha, da Calypso é um dos que navegam nas águas de Knopfler. Nem ele, nem Spinozza outro conseguiram repetir o feito. São dois geniais guitarristas, que não entram nas tais listas. Vez por outra ouço Aisumasen, uma bela balada de Lennon, num disco errático, mas pulo direto pro solo de Spinozza. Se postasse uma lista de melhores solos de guitarra dos anos 70, ele estaria nos primeiros, senão, primeiro, lugar.
Quem tem boca fala o que quer…e sem.ouvido tem que ouvir,Nunca li tanta asneira junta,bastava dizer que o solo brilhante do David Spinozza foi esquecido.
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maravilha
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Tu não tem pareia! Aisumesen era uma das mais ouvidas por mim daquele lp exatamente pelo solo fantástico. E na maioria das minhas seleções em gravação de fitas ela estava na lá
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e nem gosto tanto do disco. Pra mim ,o melhor de John Lennon é o Walls and Bridges
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Legal o texto… Eu não resisto à nenhuma lista,mesmo não concordando com nenhuma delas,rs.
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Gostei da análise até dizer que o solo de Spinozza seria o melhor solo de guitarra dos anos 70, isso deve ter feito David Gilmour corar, menos, menos, mas sem dúvida é um solo bonito , bem emocional, puro feeling.
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guilmour me lembra Paulo Rafael, ou vice-versas, ele nao tem uma grande tecnica, não é um virtuoso, mas consegue ser lírico e melodíco como poucos
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Muito bonito o solo.
Mas não ficaria em primeiro.
Temos o solo do Confortable number…
Portanto…
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como afirmei, é gosto pessoal. Cada qual tem o que acha melhor
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Eé uma bela balada do Lennon que nunca conseguiu, bem como Paul, reepetir as que fazia na dupla Lennon/McCartney…
Ja o solo repete o que Harrison já fazia 10 anos antes, já em uma época em que o Gilmar criava timbres maravilhosos, bem mais impactantes!
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é um solo de rota totalmente imprevisível
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