Maestro José Menezes, um dos mais importantes da história do frevo, completaria cem anos nesta quarta-feira, com homenagem da Banda Revoltosa, de Nazaré da Mata, sua cidade natal

O maestro José Menezes (na foto, à esquerda, com o compositor Luiz Bandeira) completaria cem anos neste 12 de abril de 2023. A partir de meados dos anos 40, até 2013, quando faleceu, ele foi um dos mais atuantes e importantes músicos de Pernambuco. Não apenas como autor inspirado das três vertentes do frevo, mas igualmente como maestro de orquestras e grupos que animaram centenas de bailes dos principais clubes sociais da capital pernambucana Marcou época como grupo Menezes e seus Melodistas. Sua carreira transcorreu quase toda no Recife, com um hiato de seis anos em São Paulo, entre 1954 e 1960, dirigindo a orquestrada TV Tupi.

REVOLTOSA
Quando veio de Nazaré da Mata para o Recife, em 1942, Zé Menezes já estava há sete anos nos caminhos da música. Começou a tocar trompa aos 12 anos na Sociedade Musical 5 de Novembro, mais conhecida como Banda Revoltosa, da qual seu pai e avô foram fundadores. A Revoltosa presta homenagens hoje, a José Menezes, em sua sede, em Nazaré da Mata, com apresentação musical, passistas de frevo, palestra, exibição de um documentário. O evento começa às 19h.
MÚSICA
O frevo de Rua Freio a Óleo foi a primeira composição de José Menezes gravada, em 1951, pela famosa orquestra do maestro paulista Zaccarias. Em 1953, em parceria com Aldemar Paiva compôs Boneca, interpretada por Claudionor Germano, no disco inaugural da Rozenblit (com o frevo de rua Come e Dorme, de Nelson Ferreira, na outra face).
Menezes emplacaria vários sucessos no carnaval pernambucano com clássicos até hoje cantados. Alguns deles: Ingratidão (1956, com Neusa Rodrigues, Terceiro Dia (1960), Tá Faltando Alguém (1961), Brinquedo Bom (1965, com Geraldo Costa), É Assim? (1969), Tá Bom Demais (1981, com Manoel Gilberto), Vai Pegar Fogo (1982, com Manoel Gilberto). Sua obra é extensa, sobretudo nos anos 60 e 70, coincidindo com o auge do sucesso do frevo, embora tenha incursionado por outros gêneros.

SONGBOOKS

Em 2006, aos 83 anos, José Menezes organizou suas composições, que depois reuniu e disponibilizou em um songbook, formado por dois volumes: “A intenção de elaborar este livro de músicas não é apenas a de dar acesso aos músicos pernambucanos que dedicam à música carnavalesca principalmente, mas também a de registrar e legar à posteridade o nosso trabalho. A carência de editores musicais em nossa região, não nos deixou outra alternativa senão a de querer suprir esse lamentável deficiência do nosso mundo musical”, escreveu Menezes, na apresentação do songbook.  
Na sua discografia, deixou, pelo menos, dois álbuns antológicos, O Frevo Vivo de Levino, dedicado à obra de Levino Ferreira, pela Rozenblit, e Antologia do Frevo, pela RCA. Segundo o pesquisador musical José Batista Alves, especializado em música pernambucana, o maestro José Menezes, entre 1949 e 1997 teve 118 composições gravadas. Ele é um dos sete maestros personagens do documentário Sete Corações (2015), de Déa Ferraz, ao lado dos maestros Nunes, Duda, Guedes Peixoto, Clóvis Pereira, Ademir Araújo e Edson Rodrigues.

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