Hoje é aniversário Alfredo da Rocha Vianna Filho, ou melhor, Pixinguinha, nascido há 126 anos, no Rio. A efeméride se tornou outra efeméride, o Dia Nacional do Choro, ao qual é dedicado este 23 de abril, porém já começou a ser celebrado ontem, 22 de abril, aqui no Recife, com rodas de chorinho no Paço do Frevo, no programa Conversa Boa, de Ciro Bezerra, na Radio Jornal. À noite, rolou um sarau de craques do instrumental pernambucano, no Teatro de Santa Isabel, apresentado por Walmir Chagas.
Mais lembrado como autor de choros, Pixinguinha compôs peças geniais neste gênero, porém foi muito mais do que um dos maiores neste tipo de música, senão o maior. Ele passeou pelos mais diversas trilhas musicais, desde cocos e outros ritmos nordestinos, quando tocou com músicos pernambucanos, como João Pernambuco, nos Oito Batutas. Compôs frevos, certamente apreendeu o gênero numa temporada passada no Recife, em 1922. Há 90 anos, gravou, com os Diabos do Céu, o clássico Luzia no Frevo, de Antonio Sapateiro.
No entanto, Pixinguinha, com toda genialidade, foi um músico que trabalhava para ganhar o pão e a cachacinha de cada dia, sendo assim tocava conforme a dança. E aí não deixava passar nem as festas juninas. Em 1958, lançou o LP de 10 polegadas Pixinguinha e sua Banda, um álbum de músicas de São João. Mas nada de Luiz Gonzaga e parceiros. O disco é de marchinhas juninas cariocas, tradição vinda diretamente de Portugal. São composições da dupla Haroldo Lobo/Milton Oliveira (cinco faixas são deles), Assis Valente, Lamartine Babo, Benedito Lacerda e Osvaldo Santiago.
A sonoridade é de bandinha de música mesmo. E como tal não há instrumento, ou instrumentista que se destaque em solos. Pixinguinha é mais um músico na banda, que dirige para a qual assina os arranjos. Ele gravaria mais dois LPs com a banda, esses com marchinhas carnavalescas.
Deixe um comentário