Um dos maiores sucessos de Harry Belafonte, em 1956, o calipso Day-O (Banana Boat Song), estava meio esquecido, quando foi incluído num cena hilária antológica da comédia Beetlejuice, (1988, aqui no Brasil, Quando Os Fantasmas se Divertem), de Tim Burton, um campeão de bilheteria.
Embora tenha aprovado o uso da sua gravação original da música no filme, Belafonte comentou numa entrevista, ao site NPR, em 2011, que as pessoas não entendiam a letra, a cantavam como se fosse divertida quando, na verdade, é uma worksong (canção de trabalho): “Fala de homens que suam o dia inteiro, mal remunerados, e pedem ao capataz que conte corretamente a quantidade de bananas colhidas, pra receberem o pagamento a que fazem jus. Algumas vezes, em vez de dinheiro, recebem em rum.
Tem um verso na música que diz, ‘Trabalha a noite inteira por uma dose de rum’. As pessoas cantam, se divertem, dançam, adoram o verso, mas não o entendem, a não ser que pesquisem sobre a música. Vão aprender que é uma canção de trabalho, de rebelião”, o comentário de Belafonte, que aprendeu Day-O com vendedores ambulantes nas ruas de Kingston, na Jamaica.
TRAJETÓRIA
Sua morte, em Nova Iorque, aos 96 anos, foi anunciada nesta terça-feira, 25 de abril. Cantor, compositor, ator, ativista politico, Harry Belafonte, é um dos mais importantes artistas do século 20. Nascido em Nova Iorque, em 1927, foi ainda criança morar com a mãe na Jamaica (ela era jamaicana). Voltariam alguns anos depois à cidade NYC.
Disposto a seguir a carreira artística tornou-se cantor profissional, ao mesmo tempo em que estudava no Actor’s Studio, onde teve como colegas de turma Marlon Brando, Tony Curtis, Rod Steiger e Walter Matthau.
Tornou-se o primeiro negro a ganhar um prêmio Emmy, o Oscar do teatro americano.
Em 1956, seu álbum Calypso, popularizou o gênero caribenho mundo agora, e faria dele o primeiro cantor a vender 1 milhão de cópias de um LP. A música mais tocada do disco tornou-se um clássico internacional, a citada Day-O (Banana boat song). Belafonte colocou a Jamaica e o calipso no mapa musical do planeta. Por algum tempo ficou conhecido como o Rei do Calipso.
Nos anos 60, Esteve presente às principais manifestações pelos direitos civis nos EUA, foi amigo de Martin Luther King. Nos anos 70, uniu-se aos que combatiam o apartheid na África do Sul, e seria umas das vozes mais atuantes pela libertação de Nelson Mandela.
Harry Belafonte fez história na música. No cinema, e no ativismo político. Deixou um importante legado, tanto nas telas, quanto na música, com uma discografia de mais de 30 discos.
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