MPB-4 e Kleiton & Kledir em afinado encontro de gerações no Teatro Guararapes

Nessas listas de tantos e tantos, isso ou aquilo, dos anos 80, nunca se vêm dois nomes que, nos primeiros anos daquela década, lotaram teatros, foram campeões de vendagens de discos, com música de alta qualidade: o já veterano MPB-4, e os emergentes Kleiton e Kledir, que se apresentam no Teatro Guararapes, nesse sábado, 6 de maio, às 21h.  O quarteto e a dupla são de gerações diferentes. 15 anos separam o início do MPB-4, e o surgimento de Kleiton e Kledir. Porém em 1980 ambos convergiram para um mesmo ponto. Ou para a mesma gravadora, a Ariola.  Os irmãos Ramil lançavam o LP de estreia, e o MPB-4, o álbum Vira Virou, um dos melhores de um discografia farta em grandes discos. Duas faixas do LP de Kleiton e Kledir estariam no disco do MPB-4, Viração (Kledir Ramil e Fogaça), e a que lhe deu título, Vira Virou (Kleiton Ramil).

A dupla e o quarteto comungam de mais afinidades do que se imagina. O MPB-4, que lançou vários novos autores nos anos 60 e 70, interessou-se pela música dos gaúchos já em 1979, quando incluíram Circo de Marionetes no álbum Bons Tempos, Hein?. Lembrando que a canção foi pinçada de um disco do Almôndegas, grupo de Porto Alegre, do qual os irmãos foram integrantes.

Não é a primeira vez que MPB-4 e Kleiton e Kledir estão na estrada juntos. Quando o quarteto fluminense (de Niterói) montou o show do LP Vira Virou convidou Kleiton e Kledir para fazer a abertura na turnê. Foram quase dois anos circulando pelo Brasil, o que levou os irmãos Ramil chegar junto de um público a que dificilmente teriam acesso num começo de carreira. Uma abertura que consolidou a dupla no mercado, tanto que, no ano seguinte, faria bem sucedida primeira turnê solo.

As afinidades de Kleiton e Kledir com o MPB-4 têm até curiosidade, e coincidências. Dalmo Medeiros e Paulo Malaguti Pauleira (que entraram para o grupo, respectivamente, em 2004 e 2012), em 1979 eram integrantes do grupo vocal Céu da Boca, que participou com Kleiton e Kledir da apresentação de Maria Fumaça no citado festival da Tupi.

REPERTÓRIO

O MPB-4 esteve presente nos momentos mais importantes da música brasileira na década de 60, havia uma forte ligação do grupo com Chico Buarque, com o qual o quarteto defendeu Roda Viva, no festival da Record, em 1967, e Benvinda, no mesmo concurso no ano seguinte. Até o final dos anos 70, apenas dois discos do grupo não traz faixa assinada por Chico Buarque (que participou de discos do MPB-4), em intepretações enriquecidas pelos engenhosos arranjos vocais do Magro (Antônio José Waghabi Filho, falecido em 2012).

 Seu repertório traz canções de seis décadas da MPB, quase tudo de clássicos. Claro, tem Chico Buarque no set-list, Roda Viva, Apesar de Você, Cálice (com Gilberto Gil), Partido Alto, entre outras. Mais Amigo É Pras Essas Coisas (Silvio da Silva/Aldir Blanc), ou San Vicente (Milton Nascimento/Fernando Brant). E ainda, Porto, uma pérola de Dori Caymmi, da trilha da novela Gabriela (1975).

Kleiton Kledir emplacaram sucessos seguidos na primeira metade dos anos 80, até o Brock dominar o mercado. Deu pra Ti, Maria Fumaça, Nem Pensar, Tô que Tô, ou Navega Coração. Os dois grupos se apresentam separados, juntos, ou integrantes de um faz participações com o outro. Navega Coração, por exemplo, reúne Kleiton e Kledir com Dalmo e Pauleira, enquanto Estrela, Estrela é interpretada por um quarteto formado pelos irmãos Ramil com Aquilo e Miltinho (os dois da formação original do MPB-4).

Ingressos: https://mail.google.com/mail/u/0/#m_3739517192450296522_m_3772506048963871376_sent/_blank

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