O cardápio erótico que ilustra a postagem, encontrei por acaso, num netbook, das antigas, e ainda funcionando. Fotografei o cardápio no Centro de Tradições Nordestinas, em São Cristovão, Zona Norte carioca. Nunca mais fui lá, mas pelo que vi, tradição nordestina somente no nome do local. A música que tocava era de banda de fuleiragem, noutro palco rolava um repente com uma daquelas duplas de improviso decorado. Eis que me deparo com o cardápio dessa lojinha, tipicamente dentro das nossas tradições.
Quase pergunto à vendedora da lojinha o que goitana era “tesão de vaca”, quer dizer, que tipo de brinquedo erótico se vendia com este nome. Fosse menos encabulecido, tiraria uma onda. Perguntaria à moça se ali se vendia maranhão. Acho que só aqui em Pernambuco, ou talvez só no Recife, chama-se pênis artificial de “maranhão”, ou se chamava, porque a juventude, que fala tanto em comer cuscuz, tá desaprendendo o pernambuquês.
Tanto que chamam “queijo coalho”, quando pernambucano sempre falou “queijo de coalho”. Com certeza não tem ideia de que maranhão também seja safadeza, e não apenas um sobrenome, ou o nome de um estado. Aliás, em São Luis, anos atrás, ninguém entendia o motivo de pernambucanos caírem na gaitada ao ver um outdoor com propaganda do governador da época. A frase no outdoor: “Governo João Castelo: um grande Maranhão para todos”.
Pois é o cardápio erótico me levou para o pernambuquês. Outro dia comentei que tava o maior cu de boi no trânsito e um estagiário na redação disse: “Entendi não. Cu de boi?”. Pois é. Tempos atrás, já perto do carnaval, uma menina do Caderno C saía mais cedo da redação, e eu brinquei: “Já vai fazer o passo?”. Ela parou, e perguntou: “O que é fazer o passo?”. Só então entendi o que vejo pela TV no Carnaval de Olinda, o pessoal brincando nos blocos, de braços pro alto, trotando atrás do bloco. Não sabem o que é fazer o passo.
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