“O Professor Felinho e o Bloco Come Tudo
Uma das noites de destaque do carnaval deste ano foi a exibição do Bloco Come Tudo, segunda e terça-feira, constituído de saxofone, bandolim e violões. Sob a direção do conhecido musicista Felinho, o conjunto fez sua aparição, principalmente na Pensão Recife, e nos bares Vitória e Cristal, sendo entusiasticamente aplaudido. No auge do frevo, o professor Felinho teve ocasião de improvisar interessante música em agradecimento a um discurso de saudação do dr. Craveiro Leite” (do Jornal do Commercio, em 9/2/1937).
Algumas observações. O Bloco Come Tudo está mais para troça, ou mesmo apenas um conjunto musical. O pessoal nos anos 30 era muito bem criativo para batizar agremiações. O poeta Ascenso Ferreira, e outros intelectuais saíam num bloco chamado A Torre de Babel e A Turma da Confusão. Havia troças com nomes como Mais Um de Óculos, Só Falta o Nome ou Eu, Minha Mulher e Meu Filho.
No final do textinho, o escriba realçou o improviso de Felinho no sax. Felix Lins de Albuquerque (nascido em Bonito – PE – em 1894 (ou 95) e falecido no Recife em 1980), entrou para a história do frevo pelas variações que introduziu na Marcha nº1 do Clube Misto Carnavalesco Vassourinhas, nos anos 40. Nesta nota, de 1937, seus improvisos já eram exaltados. Provavelmente, de acordo com outras notas da década de 30, ele se tornou popular na cidade exatamente pela sua capacidade de improvisar no clarinete, no sax.
FREVO DE BLOCO
Nesta semana, o Paço do Frevo celebra o frevo de bloco, cujo dia o 1º de Novembro. A programação culmina, nesse domingo, 6 de novembro, com um arrastão dos chamados blocos líricos. A partir das 15h30, mais de 40 agremiações, reúnem-se diante do Paço e desfilam pelas ruas do Bairro do Recife.
(Foto: Divulgação/Luiz Henrique Santos)
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